"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

A DITADURA DO POLITICAMENTE CORRETO



O veterano jornalista Alexandre Garcia publicou artigo em vários jornais sobre "o direito de ser incorreto", direito que é negado pela ditadura do politicamente correto vigente no país (e no exterior também, é claro). 

Ele não aborda a questão, mas a tal correção política é sobrevivência do esquerdismo atingido de morte pela queda do Muro de Berlim e pelo desmantelamento da União Soviética. 
Assim, pode-se dizer que todo esquerdista é patrulheiro dessa nefasta doutrina politicamente correta. 
Antes de reproduzir na íntegra o texto de Alexandre, lembro que a escritora Doris Lessing foi, provavelmente, a primeira pessoa a usar esta expressão, que é um escombro do comunismo (ver post de 2007; publiquei também aqui, em 2012, a tradução do artigo de Lessing para o New York Times, publicado em 1992):

Vivemos hoje sob uma nova forma de ditadura, a do politicamente correto.
Na convivência, ficamos pisando em ovos para não sermos censurados em qualquer deslize de expressão do que somos e sentimos. 
As pessoas estão inibindo a individualidade e exigindo que todos fiquemos padronizados - como submetidos a tribunal que estabeleceu Código do politicamente correto. 

Dou um exemplo recente: mal Temer anunciou seu ministério e já minhas coleguinhas cobraram que não havia mulher no ministério. No dia seguinte, já havia quem exigisse a presença de negros como ministros. 
Ironizei lembrando que o ministério não abrigava nenhum anão. Aliás, o politicamente correto me condena por usar a palavra anão. 
Nas redes sociais, alguém postou uma ironia maior: Leonardo da Vinci era um preconceituoso, ao retratar a Última Ceia só com homens e brancos. Eu acrescentaria: e judeus.

Não creio que faça diferença no ministério a cor da pele ou o sexo da pessoa. Ou a sua estatura física. Fará diferença, sim, sua estatura moral e seu nível de conhecimento. 

Quando eu era menino, meu melhor amigo e vizinho era o Negobeto. Nunca me dei conta que se chamasse assim pela cor da pele. Nunca notei diferença entre nós dois. Mas agora vejo que os governos do PSDB e do PT foram separando os brasileiros por cor da pele, por etnia e por preferências sexuais. Sempre pensei que todos fôssemos brasileiros. 

Agora só posso bater boca com alguém que tenha a mesma cor ou os mesmos cabelos que eu, ou o mesmo peso, ou vão me acusar de preconceituoso. 
Se um chamar a atenção daquela motorista loira e lépida que desceu do carro após estacionar em vaga de deficiente, ela vai alegar que tenho o preconceito de loira burra.

Não gosto de tatuagem, parece mancha ou sujeira na pele; penso que é uma mutilação, uma agressão à natureza. Mas meu modo de pensar não impediu que todos os meus três filhos - e meus netos - fizessem tatuagem. 

Cada um com seu direito. O meu de pensar e o deles de fazer. Meus gostos, minhas condenações, minhas aprovações são meus, como direito individual. O que não posso é hostilizar alguém que não seja do meu gosto, meu padrão. Nem o outro tem o direito de me hostilizar só porque não tenho tatuagem no corpo. 

Essa é a relação de convivência. As pessoas não são iguais. Mas não se pode odiar os melhores por serem melhores. Afinal, são eles que conduzem o mundo; alguns dão emprego, outros geram atividades que beneficiam todos, não é, Leonardo, Gutenberg, Edson, Penn, Gates...?

O cúmulo da ditadura do politicamente correto é querer desfazer a separação biológica de homem e mulher, inventando a ridícula ideologia de gênero, que o politicamente correto nocivamente leva a crianças na escola. Gênero é um só: o gênero humano. Que só existe porque há uma diferença biológica: homens e mulheres. 

Um dia, mediando um debate, e já não aguentando a repetição da palavra gênero por parte da Ministra das Mulheres, eu a interrompi: Ministra, desculpe, eu aprendi na gramática que gênero é para coisas que não têm sexo: a poltrona onde a senhora está sentada é do gênero feminino; o sapato que eu calço é do gênero masculino. Mas a senhora é do sexo feminino e eu sou do sexo masculino e, como dizem os franceses Vive la différence! Graças a isso nos multiplicamos e enchemos a Terra.


13 de junho de 2016
in orlando tambosi

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