Decisão da 1ª Vara da Fazenda de Santo André também condenou por improbidade administrativa o ex-ministro Gilberto Carvalho e empresário Ronan Maria Pinto
O Partido dos Trabalhadores foi condenado ontem pela 1ª Vara da Fazenda de Santo André a devolver 3,5 milhões de reais aos cofres públicos, desviados na gestão do ex-prefeito Celso Daniel à frente da cidade do ABC paulista. A condenação se dá por improbidade administrativa no esquema de pagamento mensal de propinas referentes a contratos de empresas do setor de transportes com a prefeitura de Santo André, destinadas ao caixa dois de campanhas petistas. Além do PT, o ex-ministro Gilberto Carvalho, o empresário Ronan Maria Pinto, réu na Operação Lava Jato, e outros três réus também foram condenados.
O juiz Genilson Rodrigues Carreiro afirma na sentença que as provas reunidas pelo Ministério Público na investigação levam à "segura conclusão de que no segundo mandato de Celso Daniel à frente do Poder Executivo de Santo André organizou-se e implementou-se verdadeira organização criminosa". Segundo o magistrado, o esquema teve início entre agosto e setembro de 1997 e rendia 40.000 reais mensais ao caixa dois do PT até o assassinato de Celso Daniel, em janeiro de 2002.
Citando, além de Carvalho, o presidente do PT à época e ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, o juiz entende que é "inegável que os líderes políticos do Partido dos Trabalhadores da época consentiram e tiraram proveito do esquema criminoso". Embora Dirceu não seja réu na ação que condenou os envolvidos no esquema de Santo André, Carreiro afirma que o petista "drenou, para atender a interesses partidários, montante expressivo dos recursos obtidos criminosamente dos empresários do ramo de transporte coletivo do Município de Santo André".
Ex-secretário de Comunicação e de Governo da prefeitura andreense, Gilberto Carvalho foi condenado à perda de função pública, suspensão dos direitos políticos por cinco anos e pagamento de multa equivalente a 50 vezes o valor do salário que recebia na época dos desvios. Ele também está impedido de contratar com o poder público e receber benefícios fiscais por três anos. Segundo o Genilson Carreiro, os cargos ocupados por Carvalho "levam à segura conclusão de que era (e é) pessoa bem informada e bem relacionada, sendo impossível que ignorasse o que se passava neste município".
Réu na Operação Lava Jato por ter recebido cerca de 6 milhões de reais do empréstimo fraudulento contraído pelo pecuarista José Carlos Bumlai junto ao banco Schahin, compensado por um contrato bilionário da Schahin com a Petrobras, Ronan Maria Pinto foi condenado a devolver 3,5 milhões de reais aos cofres de Santo André, assim como o ex-secretário de Serviços Municipais e de Transportes Klinger Luiz de Oliveira e Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, braço direito de Celso Daniel na prefeitura. O empresário Luiz Marcondes também foi condenado.
17 de maio de 2016
João Pedroso de Campos
Veja
Celso Daniel, então prefeito de Santo André, em entrevista coletiva sobre escândalo de corrupção no PT em 1997(Itamar Miranda/Estadão Conteúdo) |
O Partido dos Trabalhadores foi condenado ontem pela 1ª Vara da Fazenda de Santo André a devolver 3,5 milhões de reais aos cofres públicos, desviados na gestão do ex-prefeito Celso Daniel à frente da cidade do ABC paulista. A condenação se dá por improbidade administrativa no esquema de pagamento mensal de propinas referentes a contratos de empresas do setor de transportes com a prefeitura de Santo André, destinadas ao caixa dois de campanhas petistas. Além do PT, o ex-ministro Gilberto Carvalho, o empresário Ronan Maria Pinto, réu na Operação Lava Jato, e outros três réus também foram condenados.
O juiz Genilson Rodrigues Carreiro afirma na sentença que as provas reunidas pelo Ministério Público na investigação levam à "segura conclusão de que no segundo mandato de Celso Daniel à frente do Poder Executivo de Santo André organizou-se e implementou-se verdadeira organização criminosa". Segundo o magistrado, o esquema teve início entre agosto e setembro de 1997 e rendia 40.000 reais mensais ao caixa dois do PT até o assassinato de Celso Daniel, em janeiro de 2002.
Citando, além de Carvalho, o presidente do PT à época e ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu, o juiz entende que é "inegável que os líderes políticos do Partido dos Trabalhadores da época consentiram e tiraram proveito do esquema criminoso". Embora Dirceu não seja réu na ação que condenou os envolvidos no esquema de Santo André, Carreiro afirma que o petista "drenou, para atender a interesses partidários, montante expressivo dos recursos obtidos criminosamente dos empresários do ramo de transporte coletivo do Município de Santo André".
Ex-secretário de Comunicação e de Governo da prefeitura andreense, Gilberto Carvalho foi condenado à perda de função pública, suspensão dos direitos políticos por cinco anos e pagamento de multa equivalente a 50 vezes o valor do salário que recebia na época dos desvios. Ele também está impedido de contratar com o poder público e receber benefícios fiscais por três anos. Segundo o Genilson Carreiro, os cargos ocupados por Carvalho "levam à segura conclusão de que era (e é) pessoa bem informada e bem relacionada, sendo impossível que ignorasse o que se passava neste município".
Réu na Operação Lava Jato por ter recebido cerca de 6 milhões de reais do empréstimo fraudulento contraído pelo pecuarista José Carlos Bumlai junto ao banco Schahin, compensado por um contrato bilionário da Schahin com a Petrobras, Ronan Maria Pinto foi condenado a devolver 3,5 milhões de reais aos cofres de Santo André, assim como o ex-secretário de Serviços Municipais e de Transportes Klinger Luiz de Oliveira e Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, braço direito de Celso Daniel na prefeitura. O empresário Luiz Marcondes também foi condenado.
17 de maio de 2016
João Pedroso de Campos
Veja
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