"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 17 de maio de 2016

MST ACATA DECISÃO JUDICIAL E DEIXA A FAZENDA QUE OCUPOU PARA CONFRONTAR TEMER



Na Fazenda Esmerada existe um criatório de animais silvestres



















Deixando para trás pichações como “Golpista”, “Temer Ladrão” e “Ocupando Latifúndio do Temer”, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) saiu da fazenda Esmeralda, em Duartina (SP), depois de a Justiça conceder reintegração de posse da área. Oficialmente tendo como donos o coronel da PM João Batista Lima Filho e a empresa Argeplan, a fazenda tem a posse atribuída pelo MST ao presidente interino, Michel Temer (PMDB). Ele nega ser dono do imóvel, de 1.500 hectares (o equivalente a 2.100 campos de futebol), que produz eucalipto e tem criação de gado e que foi invadido na última segunda-feira (9).
A Justiça de Duartina atendeu ao pedido de reintegração de posse de Lima e determinou a saída dos manifestantes do local. Em caso de descumprimento, a multa diária era de R$ 5.000 por invasor.
SEM TUMULTO
Segundo o MST, mil famílias estavam no local. A saída foi pacífica, sem tumulto ou confronto. Segundo a polícia, as mensagens contra Temer foram pichadas na área de lazer da sede da fazenda e nos cômodos da casa. A Folha esteve no local no dia da invasão e identificou pichações externas no imóvel.
Além disso, tratores foram danificados, animais foram abatidos para consumo dos invasores e árvores foram tombadas para bloquear o acesso à fazenda por Duartina – há outra entrada, por Lucianópolis, município vizinho. Entre quinta e sexta-feira (13), os invasores iniciaram plantio de grãos, utilizando maquinário da fazenda.
A propriedade rural está registrada no nome de Lima, amigo de Temer desde os anos 80, e da Argeplan Arquitetura e Engenharia. O coronel tornou-se sócio da empresa em 2011, com 50% de participação. Nos anos 1990, tanto Lima como a Argeplan contribuíram para as campanhas de Temer à Câmara. Em 1994, a empresa doou a ele ao menos R$ 100 mil (R$ 90 mil em valores atualizados).
FREQUENTADOR
Segundo o MST, foi encontrada no local uma correspondência endereçada a Temer e um escritório do imóvel abrigava materiais de campanha da eleição do peemedebista à Câmara dos Deputados em 2006.
Primo do coronel Lima, engenheiro eletricista Rui Canedo disse que Temer frequentou o local entre 2004 e 2010, mas só dormiu uma noite lá e não é dono da Esmeralda. A assessoria de Temer diz que a propriedade foi usada por ele como um refúgio durante a campanha eleitoral de 2014, o que indica o uso do local num período de dez anos.
SEM DANOS
Segundo o MST, a fazenda foi desocupada após assembleia com os integrantes do movimento acampados na Esmeralda. Antes, no sábado (14) de manhã, membros da invasão se reuniram com um diretor do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) na Câmara de Duartina.
O movimento reafirmou que a fazenda pertence a Temer e apresentou uma pauta de reivindicações que consiste, entre outros pontos, em assentar 5.000 famílias acampadas em São Paulo e outras 160 mil em todo o país. De acordo com nota do MST, “não houve nenhum tipo de depredação ou dano” na área.
A assessoria de Temer afirmou que ele não tem propriedades rurais. Já o coronel Lima informou, por meio de nota, que “as propriedades rurais em questão foram adquiridas de maneira regular, a partir de 1986, sendo produtivas”.

17 de maio de 2016
Marcelo Toledo
Folha

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