"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 17 de maio de 2016

O NECESSÁRIO PROCESSO DE DESPETIZAÇÃO

Depois da Segunda Guerra, a Alemanha iniciou um processo de desnazificação fundamentado na condenação do recente passado nazista e na imputação de uma culpa coletiva. De volta ao país depois de ter fugido do governo de Adolf Hitler, o filósofo político Eric Voegelin ministrou em 1964 uma série de conferências na Universidade de Munique na qual questionava a ideia de imputação coletiva em vez da necessária atribuição da responsabilidade individual. As aulas foram depois publicadas no livro Hitler e os Alemães.

Voegelin explicou que coletivizar a culpabilidade pelo nazismo significava tornar equivalente a responsabilidade das pessoas que acreditaram naquele projeto político com os que atuaram diretamente para a sua ascensão e manutenção. Portanto, a responsabilidade individual de cada alemão no processo não poderia ser diluída numa responsabilidade coletiva que eximiria os culpados dos seus atos voluntários. Sem dominar o passado, alertou Voegelin, era impossível resolver o problema no presente a partir da “revolução do espírito” que exigia uma “reviravolta da consciência”.

Em 2016, com o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff, a sociedade brasileira precisa iniciar e enfrentar um necessário processo de despetização do país. Também aqui no Brasil, isto vindicará uma inescusável “revolução do espírito” com uma “reviravolta da consciência”, não apenas procedimentos políticos e judiciais. Porque o projeto de poder do PT é, também, criminoso – não se trata apenas de política.

E como se daria esse processo? Primeiro, mediante uma autorreflexão séria e profunda a respeito da responsabilidade dos não-petistas que, por ação ou omissão, permitiram as vitórias culturais e políticas do PT e de seus satélites socialistas e comunistas. Um exercício de anamnese é fundamental para tomar consciência do que se passou e reconhecer a responsabilidade individual.

Realizada essa “reviravolta da consciência”, que resultará na restauração da ordem interna que fora perdida, será necessário identificar, denunciar, punir ou influenciar positivamente, quando possível, os agentes que colaboraram direta e indiretamente para a ascensão do PT: professores, jornalistas, intelectuais, políticos (inclusive os de outros partidos, como os do PMDB e PSDB), empresários, servidores públicos e os cerca de 100 mil nomeados para cargos e funções de confiança.

Nem todos, obviamente, estarão dispostos a realizar o auto-exame e assumir a própria responsabilidade – e muitos quererão atribuir a autoria às vítimas ou defender uma culpabilidade coletiva que esconda a culpa individual. Masserem identificados como colaboradores de um projeto de poder que colocou o Estado a serviço do partido e que tentou reduzir o país à sua própria estatura moral servirá para que a sociedade não esqueça o perigo que representam e possa combatê-los adequadamente.

Sem o procedimento de despetização do Brasil há o risco de que nada mude mesmo com a substituição dos atores e agentes políticos porque comprometidos com a mesma mentalidade e prática política e criminosa. E a mesma “elite” política e seus asseclas que degradaram o país tentarão ocultar a sua culpabilidade e voltarão a agir impunemente com a finalidade de reconquistar o poder cultural e político ora fragilizado. Como adverti no artigo da semana passada, o PT, mesmo fora da Presidência, não está morto e os petistas são profissionais em fazer uma oposição perigosa, maléfica e desonesta.

O momento é crítico e exige muito mais do que mudanças políticas e econômicas.

Fonte: Gazeta do Povo



COMENTO: essa é uma boa ideia, mas deve ser implementada com cuidado. De forma alguma podemos cair em uma "caça às bruxas" ou em alguma iniciativa similar à Revolução Cultural promovida na China - patifaria comunista (me perdoem o pleonasmo) que por coincidência completará, ao final deste mês de maio, 50 anos de seu início. Oposição política é uma necessidade da democracia.






O que deve ser feito, imediatamente, é uma profunda e completa auditoria sobre os mal-feitos ocorridos na administração do país nos últimos treze, ou quem sabe, vinte anos. Isto é fundamental para que seja eliminada da vida pública brasileira o procedimento já por demais arraigado de confundir o público e o privado, ou seja, o uso do poder para atender interesses privados, de grupos e indivíduos. E para que essa limpeza seja efetiva, há que se denunciar e punir severamente os autores de crimes contra o patrimônio nacional, particularmente os que tiveram motivação dita ideológica, sempre desonesta, objetivando atender as metas estabelecidas pelos afiliados do Foro de São Paulo. O interesse do Brasil como Nação (território, povo e cultura) deve prevalecer sobre tudo o mais.


17 de maio de 2016
Bruno Garschagen
in mujahdin cucaracha

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