Lula deu um golpe em Dilma e já manda no governo. Transformou-a em boneco de mamulengo. Mas ainda não manda no tribunal
Luiz Inácio Lula Dono do Mundo da Silva está impossível. Ele já definiu que, na próxima quinta, vai assumir a chefia da Casa Civil, quando, segundo disse a aliados, deve tomar, então “as rédeas” do governo. Bem, para que isso aconteça, terá de derrubar Dilma do cavalo. Qual é o problema? Ele derruba. Já derrubou.
O bicho não brinca em serviço.
E por que na quinta?
Porque há a possibilidade de julgamento da liminar concedida por Gilmar Mendes, do STF, que atendeu a pedido da oposição e suspendeu o ato de Dilma por desvio de função. Afinal, como resta claríssimo, o objetivo ao levar Lula para a Casa Civil foi mesmo — como deixa claro a Procuradoria-Geral da Geral da República em parecer encaminhado para outra ação — retirá-lo da alçada do juiz Sergio Moro.
Lula deu um golpe em Dilma e já manda no governo. Transformou-a em boneco de mamulengo. Mas ainda não manda no tribunal. Se o ministro optar pela simples ratificação da liminar, a decisão será tomada nesta semana. Se, no entanto, decidir já tratar do mérito, pode ficar para a semana que vem.
Nunca se assistiu a coisa semelhante na política brasileira. Houve, sim, figuras fortes na República que podiam fazer sombra a este ou aquele dirigentes, mas um caso como o que está em curso é inédito.
Leiam os jornais e os sites noticiosos. Ficamos sabendo que Lula está negociando diretamente com as bancadas, especialmente do Norte e Nordeste, e procedendo à farta à distribuição de cargos, embora não ocupe função nenhuma na burocracia.
Dilma tem o desassombro e a cara de pau de terceirizar o governo a quem nem mesmo ocupa uma função formal. Concede, assim, a Lula o seu terceiro mandato, exercido ao arrepio da lei e da Constituição.
Quanto ao Supremo, ele está certo de que vai ser um passeio, não é mesmo? É o tribunal que ele já disse acovardado; é o tribunal em que em deixa claro ter seus interlocutores (“manda a Dilma falar com a Rosa”); é o tribunal que ele imagina de joelhos.
Lula, como fica evidente, aposta todas as suas fichas no chamado “baixo clero” da Câmara. E aposta que também há um baixo clero no Supremo para fazer as suas vontades.
04 de abril de 2016
Reinaldo Azevedo
Luiz Inácio Lula Dono do Mundo da Silva está impossível. Ele já definiu que, na próxima quinta, vai assumir a chefia da Casa Civil, quando, segundo disse a aliados, deve tomar, então “as rédeas” do governo. Bem, para que isso aconteça, terá de derrubar Dilma do cavalo. Qual é o problema? Ele derruba. Já derrubou.
O bicho não brinca em serviço.
E por que na quinta?
Porque há a possibilidade de julgamento da liminar concedida por Gilmar Mendes, do STF, que atendeu a pedido da oposição e suspendeu o ato de Dilma por desvio de função. Afinal, como resta claríssimo, o objetivo ao levar Lula para a Casa Civil foi mesmo — como deixa claro a Procuradoria-Geral da Geral da República em parecer encaminhado para outra ação — retirá-lo da alçada do juiz Sergio Moro.
Lula deu um golpe em Dilma e já manda no governo. Transformou-a em boneco de mamulengo. Mas ainda não manda no tribunal. Se o ministro optar pela simples ratificação da liminar, a decisão será tomada nesta semana. Se, no entanto, decidir já tratar do mérito, pode ficar para a semana que vem.
Nunca se assistiu a coisa semelhante na política brasileira. Houve, sim, figuras fortes na República que podiam fazer sombra a este ou aquele dirigentes, mas um caso como o que está em curso é inédito.
Leiam os jornais e os sites noticiosos. Ficamos sabendo que Lula está negociando diretamente com as bancadas, especialmente do Norte e Nordeste, e procedendo à farta à distribuição de cargos, embora não ocupe função nenhuma na burocracia.
Dilma tem o desassombro e a cara de pau de terceirizar o governo a quem nem mesmo ocupa uma função formal. Concede, assim, a Lula o seu terceiro mandato, exercido ao arrepio da lei e da Constituição.
Quanto ao Supremo, ele está certo de que vai ser um passeio, não é mesmo? É o tribunal que ele já disse acovardado; é o tribunal em que em deixa claro ter seus interlocutores (“manda a Dilma falar com a Rosa”); é o tribunal que ele imagina de joelhos.
Lula, como fica evidente, aposta todas as suas fichas no chamado “baixo clero” da Câmara. E aposta que também há um baixo clero no Supremo para fazer as suas vontades.
04 de abril de 2016
Reinaldo Azevedo
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