Impeachment deixou de ser um processo constitucional e legítimo. Passou a ser golpe. Simpatizantes da oposição viraram coxinhas. A classe média, no alto de suas varandas gourmets, não tem direito de reclamar os seus direitos. Tornou-se uma espécie de parasita social, que conquistou benesses durante os primeiros quatro anos de gestão petista e caminha rumo à derrocada em meio à crise econômica. Ironias à parte, infantilizamos o debate político e relegamos ao segundo plano fatos incontestáveis. Nunca antes na história se roubou tanto, ao mesmo tempo em que se tenta contestar uma operação policial histórica e corajosa.
No Brasil, investigado é empossado ministro; réu dirige a maior das casas do Legislativo; presidente alimenta o discurso do ódio, ao denunciar golpe; deputados cuja probidade inexiste seguem achincalhando a nação, enquanto juram dar sua parcela de contribuição para o povo. Até mesmo opositores que se destacavam como paladinos da moral, da ética e da honradez veem todo o seu discurso egocêntrico ruir como um castelo de cartas, citados no limbo.
Se vivemos dias difíceis, parte da culpa é nossa. Ficamos tempo demais deitados em berço esplêndido, enquanto o nosso dinheiro era surrupiado por engravatados que nos faziam acreditar agirem em nome do bem-estar social. O nosso voto reconduziu ao poder figurões de histórico e de caráter duvidosos. Fizemos senador um ex-presidente que foi forçado a abandonar o Planalto por causa de um Fiat Elba. Ficamos tempo demais calados, enquanto a Petrobras, que um dia foi motivo de orgulho nacional, era assaltada sem piedade nem vergonha na cara.
Antes que me considerem de direita, sou avesso a rótulos. Questiono o populismo em sua forma mais pueril, por comprar apoio político em troca de migalhas. Abomino a figura de líderes que se escoram num partido e veem a ideologia do mesmo como única força motriz de um país. Talvez o Brasil consiga colher ventos amenos e frescos da tempestade pela qual atravessa. É hora de uma faxina na política. É tempo de retirar o poder dos corruptos e eleger os candidatos realmente compromissados com o altruísmo e com o desenvolvimento do Estado. Chega de sermos palhaços, enquanto o circo se incendeia e desaba sobre nós.
04 de abril de 2016
CORREIO BRAZILIENSE
No Brasil, investigado é empossado ministro; réu dirige a maior das casas do Legislativo; presidente alimenta o discurso do ódio, ao denunciar golpe; deputados cuja probidade inexiste seguem achincalhando a nação, enquanto juram dar sua parcela de contribuição para o povo. Até mesmo opositores que se destacavam como paladinos da moral, da ética e da honradez veem todo o seu discurso egocêntrico ruir como um castelo de cartas, citados no limbo.
Se vivemos dias difíceis, parte da culpa é nossa. Ficamos tempo demais deitados em berço esplêndido, enquanto o nosso dinheiro era surrupiado por engravatados que nos faziam acreditar agirem em nome do bem-estar social. O nosso voto reconduziu ao poder figurões de histórico e de caráter duvidosos. Fizemos senador um ex-presidente que foi forçado a abandonar o Planalto por causa de um Fiat Elba. Ficamos tempo demais calados, enquanto a Petrobras, que um dia foi motivo de orgulho nacional, era assaltada sem piedade nem vergonha na cara.
Antes que me considerem de direita, sou avesso a rótulos. Questiono o populismo em sua forma mais pueril, por comprar apoio político em troca de migalhas. Abomino a figura de líderes que se escoram num partido e veem a ideologia do mesmo como única força motriz de um país. Talvez o Brasil consiga colher ventos amenos e frescos da tempestade pela qual atravessa. É hora de uma faxina na política. É tempo de retirar o poder dos corruptos e eleger os candidatos realmente compromissados com o altruísmo e com o desenvolvimento do Estado. Chega de sermos palhaços, enquanto o circo se incendeia e desaba sobre nós.
04 de abril de 2016
CORREIO BRAZILIENSE
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