"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 25 de março de 2016

SUIÇA INVESTIGA AS EMPRESAS OFFSHORES USADAS PELA ODEBRECHT



Sede da Odebrecht em São Paulo
Odebrecht pagava diretores da Petrobras num banco suíço
















Genebra – A Odebrecht mais que dobrou o volume de dinheiro movimentado a partir de 2012 em contas secretas na Suíça controladas por empresas offshore. Os dados de documentos do Tribunal Federal suíço obtidos pelo Estado revelam trechos das investigações de suspeitas contra a empresa brasileira no país europeu. Entre 2008 e 2012, US$ 42 milhões foram movimentados por três empresas offshore com ligações com a Odebrecht na Suíça. Os nomes das empresas não foram revelados. Entre 2012 e julho de 2014, o volume movimentado chegou a “pelo menos” US$ 96 milhões. Os documentos são 21 de janeiro de 2015.
No documento, os suíços apontam suspeitas de que Odebrecht foi favorecida por “contratos superfaturados”. Segundo o texto, ex-diretores da Petrobrás indicaram que “aceitaram da empresa de construção brasileira Odebrecht propinas para garantir projetos superfaturados”. “Como essas propinas eram lidadas ainda é algo que não está claro”, diz o documento suíço.
Uma das empresas offshore recebeu entre dezembro de 2008 e julho de 2010 “pelo menos US$ 42 milhões”. Desse total, uma parte “beneficiou ex-diretores” da Petrobrás. Entre fevereiro de 2007 e março de 2010, por exemplo, esses ex-funcionários receberam US$ 3 milhões pela offshore.
DIRETORES DA PETROBRÁS
No dia 26 de março de 2010, US$ 565 mil foram transferidos para um “ex-diretor da Petrobrás”. Seu nome também não foi revelado no documento. No total, três ex-diretores da estatal receberem US$ 8 milhões entre 2007 e 2010. Em 2011, outros dois repasses, de US$ 1,9 milhão e US$ 3,6 milhões, foram identificados.
Novos destinos. A partir de 2012, o volume de dinheiro ganhou uma nova dimensão. Segundo os investigadores, “entre agosto de 2013 e junho de 2014 pelo menos US$ 96 milhões” foram movimentados em uma das offshores na Suíça suspeitas de estar ligada à Odebrecht. O documento cita “numerosos pagamentos para ex-diretores da Petrobrás”.
O foco dos investigadores de Berna é o destino do restante do dinheiro. No texto, os suíços reforçam que a empresa está sob investigação por “pagamento de propinas para influenciar políticos e executivos para alocar projetos em seu benefício”.
JANOT
As investigações sobre a Odebrecht foram um dos temas do encontro entre o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o chefe do Ministério Público da Suíca, procurador Michael Lauber, nesta quinta-feira.
O MP suíço concluiu a revisão da cooperação com o Brasil no caso da Odebrecht no dia 29 de fevereiro e chegou à conclusão de que os documentos deveriam ser transferidos à Justiça no Brasil. A empresa brasileira, porém, ainda pode entrar com recurso na Corte de Apelação da Suíça.

25 de março de 2016
Jamil Chade
Estadão

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