"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 25 de março de 2016

BERZOINI MUDOU PROJETO DO PRÉDIO PARA DAR UM TRIPLEX A LULA



Berzoini presidia a Bancoop e mandou alterar o projeto











Os privilégios recebidos pela família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá vão além de reformas pagas pela OAS. O projeto inicial do condomínio Mar Cantábrico – renomeado Solaris – foi alterado pela Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop) para se ajustar a exigências de Lula e da ex-primeira-dama Marisa Letícia. É o que apontam documentos enviados pelo Ministério Público paulista à força-tarefa da Lava Jato. IstoÉ teve acesso a dois deles. O primeiro é o depoimento do corretor Temoteo Mariano.
Por anos, ele intermediou a aquisição de terrenos para a cooperativa. Em 2003, participou da compra da área em que foram erguidas as duas torres do condomínio Solaris.
Temoteo afirmou, diante dos promotores em fevereiro, que o empreendimento fora alterado pela Bancoop para garantir o desejo de Lula de ter uma cobertura de frente para o mar. Mudanças que trouxeram prejuízos a cooperados e contaram com a participação do ministro e ex-dirigente da cooperativa, Ricardo Berzoini.
COM VISTA PARA O MAR
No depoimento, Temoteo afirma ter sido “o primeiro a comprar um imóvel naquele empreendimento”, em 2003. Adquiriu um apartamento de frente para o mar no 10º andar da torre hoje chamada Salinas. Mas desfez o negócio em poucos meses, após a Bancoop adotar uma medida controversa. Mudou a localização dos quatro apartamentos de cada pavimento para beneficiar o líder petista. “O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, através de Ricardo Berzoini, era um dos aspirantes a uma unidade no prédio defronte ao mar”, afirma.
“Desde o início do empreendimento Mar Cantábrico já havia a prévia solicitação do ex-presidente por uma cobertura. Ocorre que as unidades defronte para a praia já estavam vendidas.”, diz. Nada que o companheirismo da cooperativa ligada ao PT não pudesse resolver.
A Bancoop modificou “a numeração dos apartamentos constantes do projeto original, ou seja, quem comprou as unidades finais 1 e 2 passou a ter a vista traseira e quem comprou as unidades finais 3 e 4, passou a ter a vista frontal para a praia.” O tríplex que, para os investigadores, pertence a Lula é o 164A.
APARTAMENTO DEVOLVIDO     
Outro ex-proprietário confirmou a inversão das unidades ao MP. Em 3 fevereiro, o corretor José Roberto Maifrino, que trabahou para a Bancoop, disse ter exigido a devolução das oito parcelas pagas após descobrir que seu apartamento de final 2 não teria vista para o mar. Procurou Carlos Della Libera, da empresa Dellpar, para entender a razão da mudança. A firma, diz, desenvolvia empreendimentos com a Bancoop. A resposta veio sem rodeios. Carlos Della Libera disse que “Tomas (Edson Botelho Fraga, ex-diretor da Bancoop) mandou avisar que era para mudar de empreendimento, porque questões internas da Bancoop sinalizavam a necessidade de mudança de posição dos apartamentos”, afirma.
A mudança privilegiava, além de Lula, outros integrantes da cúpula da cooperativa. Nos depoimentos, Temoteo e José Roberto revelam que a Bancoop fez outra alteração na planta. Não existiam tríplex, como o de Lula, no projeto do condomínio Mar Cantábrico – renomeado Solaris. Os maiores apartamentos eram duplex. “Com a construtora antiga, que não era a Archtech nem a OAS, havia a previsão de duplex e não tríplex”, afirmou Temoteo ao MP. Autoridades desconfiam que o acréscimo de um andar nos apartamentos da cobertura foram feitos para atender, entre outros, à família Lula. “São afirmações importantes, eles conhecem a história do empreendimento desde os primórdios”, diz o promotor paulista Cássio Conserino.
ANTERIOR AO PETROLÃO
“Estas e outras oitivas, além de documentos, revelam que o favorecimento ao casal é bem anterior ao Petrolão”, complementa. Para Conserino, os relatos obtidos nestes e em outros depoimentos jogam pá de cal na versão do ex-presidente de que ele teria comprado, apenas uma cota de outra unidade em 2005. A defesa de Lula diz que ele e Marisa não optaram por ficar com esta unidade nem por receber o dinheiro de volta quando a Bancoop transferiu o empreendimento inacabado à OAS em 2009. Outros proprietários foram obrigados a decidir em 30 dias sob o risco de perder o dinheiro. Em 2014, Lula, Marisa e um filho do casal foram vistos no tríplex. A primeira-dama acompanhou a reforma do imóvel, que custou mais de R$ 700 mil e foi paga pela OAS.
O MP-SP pediu a prisão preventiva do ex-presidente no caso do tríplex no Guarujá na quarta-feira 9. Lula teria cometido os crimes de falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. A Justiça, no entanto, enviou a denúncia ao juiz federal Sergio Moro, que cuida da Lava Jato.
Na terça-feira 22, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a investigação fosse remetida ao STF. No meio jurídico, no entanto, é dado como certo que as investigações sobre o tríplex voltarão aos domínios de Sergio Moro.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A importante matéria da IstoÉ confirma a denúncia feita há vários meses aqui naTribuna da Internet, quando informamos que não existiam apartamentos tríplex no projeto original aprovado pela Prefeitura, que teve de ser alterado pela Bancoop exclusivamente para atender as exigências da família Lula.(C.N.)
25 de março de 2016
Pedro Marcondes de Moura
IstoÉ

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