Em reunião com o ministro Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social) nesta segunda-feira (7), a presidente Dilma Rousseff disse que “eu não só sempre confiei no Michel Temer, como continuo confiando”. O comentário da petista foi feito a propósito de avaliações feitas pelo vice-presidente a amigos de que a presidente nunca confiou nele.
No domingo (6), depois das afirmações da presidente em Pernambuco, no dia anterior, dizendo que “espero integral confiança do Michel Temer e tenho certeza que ele a dará”, o peemedebista comentou com interlocutores: “Ela nunca confiou em mim”.
A avaliação do grupo de Michel Temer é que o Palácio do Planalto busca constranger o vice-presidente a fazer declarações públicas de apoio a ela e de condenação ao pedido de impeachment contra petista. Amigos de Temer dizem que não cabe a ele nem ser advogado de acusação nem de defesa da presidente e que sua posição é que Dilma deveria buscar uma estratégia de unificação nacional e não de confronto.
FORA DA COORDENAÇÃO
Temer, nesta segunda-feira (7), não participou da reunião de coordenação política com a presidente. Está em São Paulo, para se encontrar novamente com o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), em um evento do Grupo Lide.
Os dois já estiveram juntos no sábado (5), na casa de um amigo comum. Nos bastidores, líderes tucanos admitem que não poderão “se furtar” a apoiar um eventual governo Temer, caso a presidente Dilma Rousseff seja afastada do cargo.
“Ela nunca confiou em mim.” Foi essa a reação, em conversa com amigos neste domingo (6), do vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) às declarações da presidente Dilma Rousseff de que espera “integral confiança” do peemedebista durante a tramitação do processo de impeachment contra ela.
Desde a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de aceitar o pedido de afastamento da petista, Temer evitou dar declarações públicas em defesa de Dilma, o que gerou reclamações do governo federal e até desentendimentos entre os dois lados.
UNIFICAÇÃO
Na conversa com interlocutores, Temer disse que não cabe a ele fazer oposição à presidente nem liderar movimentos para tirá-la do Palácio do Planalto, mas não demonstrou nenhuma disposição em responder a seus apelos. “Por que agora ela quer minha confiança?”, indagou o vice.
Para aliados, Temer não pode nem virar advogado de defesa nem de condenação da presidente, tem de seguir defendendo uma saída que leve à unificação do país.
08 de dezembro de 2015
Valdo Cruz e Gustavo Uribe
Folha
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