Reunido em São Paulo, o comando do PT decidiu afastar o senador Delcídio do Amaral (MS) e, na sequência, abrir um processo no conselho de ética do partido. Ele vai ser suspenso por 60 dias. O caso será submetido ao diretório nacional da sigla.
Os petistas estavam divididos sobre o rito ideal para a expulsão do senador. Uma corrente do PT defendia sua expulsão sumária, enquanto outra ala recomendava que fosse estabelecido um cronograma, com o afastamento seguido de julgamento na comissão – e que acabou vencedora.
Rui Falcão, presidente nacional da sigla, era um dos defensores da expulsão sumária. O partido também redige uma nota para conclamar seus militantes a defender o governo federal. “De hoje até os próximos 60 dias, ele não é mais filiado ao PT”, disse Falcão.
DIREITO DE DEFESA
O presidente da Executiva Regional do PT em Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Biffi, protestou contra a ideia de expulsão sumária do senador. Biffi afirmou que Delcídio, de quem é amigo, tem direito de defesa, “como qualquer cidadão”.
“Só me manifestei contra a expulsão sem que ele tenha direito de se defender”, contou Biffi. Na reunião, ele relatou uma visita feita ao senador. Disse que Delcídio está “sereno”, embora preocupado com a família. Biffi afirmou que, na conversa, sugeriu que Delcídio apresentasse um pedido de desfiliação. Mas o senador nem sequer se manifestou.
O presidente do PT do Mato Grosso do Sul disse ainda que Delcídio era o único petista do Estado com visibilidade nacional e ponderou que ele “fez muito para o partido”.
A cúpula partidária afirmou, no entanto, que todos esses atributos não justificam os erros cometidos por Delcídio.
08 de dezembro de 2015
Catia Seabra
Folha
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