Vejamos Golbery do Couto e Silva, o bruxo da abertura política, com o seu “paper” intitulado “Sístoles e Diástoles da Política Brasileira”.
Para Golbery, o Brasil tem um condão único: quando o poder fica mais conservador que o povo, este opta por aberturas. Quando o poder abre demais à esquerda, é fechado por golpes patrocinados pela sociedade civil mas não tão civilizada: o tenentismo de Vargas era uma abertura face à política conservadora do café com leite, retirada à fórceps; Getúlio, por sua vez, encastelou demais e teve de meter um balaço; Jango abriu demais, foi fechado pelo Movimento de 1964; e este, por sua vez, fechou demais e teve de instalar a abertura lenta e gradual. Derrubaram Collor.
É essa a velha classe média que saiu às ruas no 12 de abril passado e neste domingo.
É essa velha classe média que derruba governantes.
Mas a nova classe média ainda confia no PT: vai abandonar a esperança em Dilma quando notar que em 2016 a crise vai piorar.
É um fenômeno mundial e os números são inequívocos: a nova classe média é responsável por mais de um terço de toda a população da África, de três quartos da população da América Latina e de quase 90% da população da China.
Essa nova classe média ainda não foi para as ruas porque ainda acredita que PT vai mantê-la nessa condição. A crise brutal só vai corroer essas pessoas em 2016.
O retrato fiel da nova classe média brasileira, alimentada pelos programas progressistas do PT, sempre foi definido como bonapartismo.
O termo “bonapartismo” é classicamente empregado na obra O 18 de Brumário de Luís Bonaparte, escrito entre dezembro de 1851 e março de 1852 , e publicado originalmente por Karl Marx na revista Die Revolution.
Marx, chamado derrisoriamente pela sua mulher, Jenny, de The Old Nick ( o velho satanás) escreveu:
“A tradição de todas as gerações mortas pesa sobre o cérebro dos vivos como um pesadelo. E mesmo quando estes parecem ocupados a revolucionar-se, a si e às coisas, mesmo a criar algo de ainda não existente, é precisamente nestas épocas de crise revolucionária que esconjuram temerosamente em seu auxílio os espíritos do passado, tomam emprestados os seus nomes, as suas palavras de ordem de combate, a sua roupagem, para, com este disfarce de velhice venerável e esta linguagem emprestada, representar a nova cena da história universal”.
Nosso espírito do passado é o bonapartismo brazuca.
Usado por FHC e Maria Victoria Benevides para definir Jânio Quadros, o termo “bonapartista” é uma referência a dois golpes de Estado: o de Napoleão Bonaparte em 1799, que descartou as conquistas republicanas da Revolução Francesa e instaurou um governo ditatorial, e o de seu sobrinho Luís Napoleão em 1851, quando era presidente da República proclamada em 1848.
O bonapartismo ocorre quando a autoridade do líder se articula a um partido de massas que intervém em todas as esferas da sociedade civil: sindicatos, associações patronais, grupos de jovens e de mulheres.
É o mundo sobre o qual o PT entesourou apoio.
Quando essas pessoas se sentirem afetadas por Dilma, vão lhe pedir a cabeça nas ruas. A crise ainda não chegou “venezuelamente” nessa gente.
Por ora, esperam bovinamente que nhonhô Lula vá brandir a sua varinha de condão e magicamente consertar-lhes a vida dessa crise brava…
16 de dezembro de 2015
Claudio Tognolli
Ele ressalta o papel da classe média brazuca como chave das mudanças políticas.
Para Golbery, o Brasil tem um condão único: quando o poder fica mais conservador que o povo, este opta por aberturas. Quando o poder abre demais à esquerda, é fechado por golpes patrocinados pela sociedade civil mas não tão civilizada: o tenentismo de Vargas era uma abertura face à política conservadora do café com leite, retirada à fórceps; Getúlio, por sua vez, encastelou demais e teve de meter um balaço; Jango abriu demais, foi fechado pelo Movimento de 1964; e este, por sua vez, fechou demais e teve de instalar a abertura lenta e gradual. Derrubaram Collor.
É essa a velha classe média que saiu às ruas no 12 de abril passado e neste domingo.
É essa velha classe média que derruba governantes.
Mas a nova classe média ainda confia no PT: vai abandonar a esperança em Dilma quando notar que em 2016 a crise vai piorar.
É um fenômeno mundial e os números são inequívocos: a nova classe média é responsável por mais de um terço de toda a população da África, de três quartos da população da América Latina e de quase 90% da população da China.
É a classe que segundo o Banco Mundial tem faturado de 2 a 13 dólares por dia, e que subiu de 277 milhões de representantes da América Latina para 362 milhões entre 1990 e 2005.
Essa nova classe média ainda não foi para as ruas porque ainda acredita que PT vai mantê-la nessa condição. A crise brutal só vai corroer essas pessoas em 2016.
O retrato fiel da nova classe média brasileira, alimentada pelos programas progressistas do PT, sempre foi definido como bonapartismo.
O termo “bonapartismo” é classicamente empregado na obra O 18 de Brumário de Luís Bonaparte, escrito entre dezembro de 1851 e março de 1852 , e publicado originalmente por Karl Marx na revista Die Revolution.
Marx, chamado derrisoriamente pela sua mulher, Jenny, de The Old Nick ( o velho satanás) escreveu:
“A tradição de todas as gerações mortas pesa sobre o cérebro dos vivos como um pesadelo. E mesmo quando estes parecem ocupados a revolucionar-se, a si e às coisas, mesmo a criar algo de ainda não existente, é precisamente nestas épocas de crise revolucionária que esconjuram temerosamente em seu auxílio os espíritos do passado, tomam emprestados os seus nomes, as suas palavras de ordem de combate, a sua roupagem, para, com este disfarce de velhice venerável e esta linguagem emprestada, representar a nova cena da história universal”.
Nosso espírito do passado é o bonapartismo brazuca.
Usado por FHC e Maria Victoria Benevides para definir Jânio Quadros, o termo “bonapartista” é uma referência a dois golpes de Estado: o de Napoleão Bonaparte em 1799, que descartou as conquistas republicanas da Revolução Francesa e instaurou um governo ditatorial, e o de seu sobrinho Luís Napoleão em 1851, quando era presidente da República proclamada em 1848.
O bonapartismo ocorre quando a autoridade do líder se articula a um partido de massas que intervém em todas as esferas da sociedade civil: sindicatos, associações patronais, grupos de jovens e de mulheres.
É o mundo sobre o qual o PT entesourou apoio.
Quando essas pessoas se sentirem afetadas por Dilma, vão lhe pedir a cabeça nas ruas. A crise ainda não chegou “venezuelamente” nessa gente.
Por ora, esperam bovinamente que nhonhô Lula vá brandir a sua varinha de condão e magicamente consertar-lhes a vida dessa crise brava…
16 de dezembro de 2015
Claudio Tognolli
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