"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

LULA, O ETERNO TRAÍDO



RASÍLIA - Em 2005, o então presidente Lula afirmou ao país que não sabia do mensalão. "Eu me sinto traído por práticas inaceitáveis, das quais nunca tive conhecimento", disse, em pronunciamento oficial.

Nesta quarta, o agora ex-presidente Lula afirmou que também não sabia do petrolão. "Foi um susto para mim", disse, em entrevista a Roberto D'Ávila. 
"Muitas vezes, aquele cara que parece um santo na verdade é um bandido", acrescentou.

Acreditar que Lula não sabia de nada é um ato de fé. Os dois escândalos foram gestados em seu governo e tiveram seu partido como beneficiário. 
No mensalão, a Justiça mandou para a cadeia um tesoureiro e dois ex-presidentes do PT. No petrolão, já foram presos um tesoureiro e um ex-presidente do PT. Por enquanto.

Quando o assunto é corrupção, Lula não costuma se preocupar com a coerência do que diz. Depois de pedir desculpas pelo mensalão, ele passou a sustentar que o esquema nunca existiu. 
Daqui a alguns anos, é possível que comece a negar os desvios bilionários na Petrobras.

Na entrevista à Globo News, o ex-presidente também negou fatos relatados por políticos e empresários com quem conversa. 
Disse que não quer derrubar Joaquim Levy da Fazenda, que não quer emplacar Henrique Meirelles em seu lugar e que não tenta influir no governo Dilma.

Faltou acrescentar que seu nome não é Luiz Inácio, que ele não mora em São Bernardo do Campo e que não deseja voltar ao Planalto. 
A última parte ele até ameaçou dizer, mas foi traído pela própria língua.

*

Eduardo Cunha é vingativo e acaba de escolher outro alvo. Nesta segunda, ele tirou da gaveta e enviou à corregedoria da Câmara uma representação contra o desafeto Glauber Braga. 
O deputado do PSOL é acusado de quebrar o decoro ao chamar de "matador" um colega que integra a bancada da bala. 
Detalhe: a discussão ocorreu há mais de seis meses.


19 de novembro de 2015
Bernardo Mello Franco

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