Foi por um triz que o governo da presidente Dilma Rousseff não perdeu a votação no Congresso que arrebentaria de vez com o ajuste fiscal do ministro Joaquim Levy, da Fazenda. Mais exatamente: foi por apenas seis votos.
Dilma vetara o reajuste dos servidores do Judiciário aprovado pelo Congresso e que poderia gerar uma despesa nova de R$ 36,2 bilhões até 2019. Para derrubar o veto seriam necessários 257 votos de deputados. Ou seja: metade mais um do total de 513 deputados.
Pois bem: 251 deputados votaram para derrubar o veto. Pela manutenção do veto, apenas 132. E 11 se abstiveram. “Foi por um triz, mas foi uma vitória de qualquer jeito”, comemorou Josué Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara.
A oposição, praticamente toda, votou contra o veto. Parte do PMDB, que tem sete ministros de Estado, inclusive o da Saúde, dono do maior orçamento da República, também votou contra. Em seguida faltou quórum para votar outros vetos de Dilma às pautas-bombas.
Por pautas-bombas entenda-se projetos aprovados pelo Congresso na contramão dos esforços do governo para fazer economia. São mais 13 vetos. Que deverão começar a ser votados em uma nova sessão do Congresso marcada para esta manhã.
Em agosto último, Dilma reformou seu ministério na tentativa de aumentar sua base de apoio no Congresso. Tomou ministérios importantes do PT. Distribuiu-os com o PMDB e demais partidos até então insatisfeitos com a repartição do poder.
Não parou só nisso. Passou a atender aos pedidos dos partidos por cargos no segundo e no terceiro escalões do governo. Cargos, naturalmente, que mexam diretamente com dinheiro, facilitando assim a realização de negócios quase sempre espúrios.
Nem assim o governo conseguiu até aqui tranquilidade para votar no Congresso o que lhe interessa. E também para não votar. O que mais preocupa Dilma e sua gente é um eventual pedido de impeachment dela. Para que seja aprovado na Câmara bastariam 257 votos.
Sim, quase o número obtido ontem à noite pelos que queriam derrubar o veto ao aumento do Judiciário. O impeachment de Dilma pode ter esfriado. Mas ele ainda não deve ser descartado. O governo sabe disso.
19 de novembro de 2015
Ricardo Noblat
Dilma vetara o reajuste dos servidores do Judiciário aprovado pelo Congresso e que poderia gerar uma despesa nova de R$ 36,2 bilhões até 2019. Para derrubar o veto seriam necessários 257 votos de deputados. Ou seja: metade mais um do total de 513 deputados.
Pois bem: 251 deputados votaram para derrubar o veto. Pela manutenção do veto, apenas 132. E 11 se abstiveram. “Foi por um triz, mas foi uma vitória de qualquer jeito”, comemorou Josué Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara.
A oposição, praticamente toda, votou contra o veto. Parte do PMDB, que tem sete ministros de Estado, inclusive o da Saúde, dono do maior orçamento da República, também votou contra. Em seguida faltou quórum para votar outros vetos de Dilma às pautas-bombas.
Por pautas-bombas entenda-se projetos aprovados pelo Congresso na contramão dos esforços do governo para fazer economia. São mais 13 vetos. Que deverão começar a ser votados em uma nova sessão do Congresso marcada para esta manhã.
Em agosto último, Dilma reformou seu ministério na tentativa de aumentar sua base de apoio no Congresso. Tomou ministérios importantes do PT. Distribuiu-os com o PMDB e demais partidos até então insatisfeitos com a repartição do poder.
Não parou só nisso. Passou a atender aos pedidos dos partidos por cargos no segundo e no terceiro escalões do governo. Cargos, naturalmente, que mexam diretamente com dinheiro, facilitando assim a realização de negócios quase sempre espúrios.
Nem assim o governo conseguiu até aqui tranquilidade para votar no Congresso o que lhe interessa. E também para não votar. O que mais preocupa Dilma e sua gente é um eventual pedido de impeachment dela. Para que seja aprovado na Câmara bastariam 257 votos.
Sim, quase o número obtido ontem à noite pelos que queriam derrubar o veto ao aumento do Judiciário. O impeachment de Dilma pode ter esfriado. Mas ele ainda não deve ser descartado. O governo sabe disso.
19 de novembro de 2015
Ricardo Noblat
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