Algumas conclusões podem ser tiradas sobre os acontecimentos que tiveram palco na Esplanada dos Ministérios em Brasília, no domingo, 15/11/2015. Inicialmente ressalte-se o fortíssimo aparato de segurança montado pelo governo para aguardar os manifestantes. Torna-se evidente que o governo superestimou a presença de populares; alguns comentários feitos em redes sociais indicavam a presença de mais policiais do que manifestantes. Não foi bem assim; eu estava lá. Mas, foi indiscutível a presença maciça do aparato policial. Com isso, saltam aos olhos, dois fatos: (1) a ineficiência dos serviços de inteligência envolvidos na avaliação da extensão da manifestação e (2) o evidente medo do governo federal diante de seu próprio povo. Sobre esse último item, falarei adiante.
Outra conclusão é inevitável: o povo não compareceu conforme a expectativa geral. Nem quem tinha o dever de ofício de fazer uma estimativa acurada da presença popular conseguiu se desincumbir satisfatoriamente da tarefa. A desproporcionalidade da presença policial em relação aos manifestantes atesta isso. Possivelmente os serviços de inteligência usaram como parâmetro as redes sociais, esquecendo-se que tal trabalho de coleta e análise de dados não pode ser feito somente no conforto do gabinete com ar condicionado. É preciso ir a campo e “sujar” os pés.
Ainda sobre as redes sociais, verifiquei um fato curioso na noite deste domingo (15/11). Um pequeno vídeo da manifestação postado no Facebook alcançava mais de 250 mil visualizações, milhares de curtidas, centenas de comentários e compartilhamentos. Conclusão óbvia: a maioria da população prefere viver no conforto e na “segurança” do mundo virtual do que ir para as ruas do mundo real. Isso é ruim, mais ainda poderia ser pior se a alienação fosse completa.
Chamou a atenção também que muitos manifestantes vaiaram a presença da Força Nacional, não o fazendo em relação à presença da Polícia Legislativa ou Polícia Militar. Para bom entendedor, pingo é letra: a Força Nacional é identificada – com justiça ou não – como a polícia particular do governo federal. E tudo que é associado ao governo federal é motivo de apupos públicos.
Mas, a imagem mais marcante da manifestação foi sem dúvida alguma o imenso boneco inflável do General Mourão, elevado à categoria de herói nacional ao lado do Juiz Sérgio Moro. O fato do General Mourão ter sido afastado de um comando operacional para uma função burocrática acabou por fazer dele uma mistura de mártir com salvador do povo brasileiro. A frase mais lembrada do General Mourão foi o seu desejo de que o povo “despertasse para a luta patriótica”. Não está fácil, General, pois ainda não atingimos o fundo do poço; por isso, o povo ainda não acordou.
Volto ao tópico do medo. Um governo que teme seu próprio povo está fadado a naufragar miseravelmente na sua própria insignificância. Político não vive sem povo, assim como o peixe não sobrevive fora d’água. Aliás, refaço a frase: político honesto não vive sem povo. E explico: para o partido que ocupa atualmente os corredores do Palácio do Planalto, a vontade popular é secundária, não importando nem mesmo em quem o eleitor pretende votar. Para garantir o resultado das eleições existe a urna eletrônica e a Smartmatic.
Porém, a sombra do “boneco inflável” do General Mourão colocado diante do Congresso Nacional continua assombrando os corruptos e servindo de alento para os brasileiros destemidos e decididos que a despeito de todas as dificuldades continuam acampados na Esplanada dos Ministérios. O medo ronda o Planalto, e vencê-lo não é tarefa para qualquer um. Especialmente para quem, abrigado no fundo escuro de uma trincheira, tem no engodo e na bravata as suas maiores armas. Na outra trincheira, milhões de brasileiros só aguardam que surja um líder capaz de conduzi-los e unificá-los e recolocar o Brasil no rumo da ética e do desenvolvimento. Enquanto isso, a indefectível imagem do General Mourão continua lá na Esplanada, impávido em eterna continência ao Pavilhão Nacional!
19 de novembro de 2015
Robson Merola de Campos
Outra conclusão é inevitável: o povo não compareceu conforme a expectativa geral. Nem quem tinha o dever de ofício de fazer uma estimativa acurada da presença popular conseguiu se desincumbir satisfatoriamente da tarefa. A desproporcionalidade da presença policial em relação aos manifestantes atesta isso. Possivelmente os serviços de inteligência usaram como parâmetro as redes sociais, esquecendo-se que tal trabalho de coleta e análise de dados não pode ser feito somente no conforto do gabinete com ar condicionado. É preciso ir a campo e “sujar” os pés.
Ainda sobre as redes sociais, verifiquei um fato curioso na noite deste domingo (15/11). Um pequeno vídeo da manifestação postado no Facebook alcançava mais de 250 mil visualizações, milhares de curtidas, centenas de comentários e compartilhamentos. Conclusão óbvia: a maioria da população prefere viver no conforto e na “segurança” do mundo virtual do que ir para as ruas do mundo real. Isso é ruim, mais ainda poderia ser pior se a alienação fosse completa.
Chamou a atenção também que muitos manifestantes vaiaram a presença da Força Nacional, não o fazendo em relação à presença da Polícia Legislativa ou Polícia Militar. Para bom entendedor, pingo é letra: a Força Nacional é identificada – com justiça ou não – como a polícia particular do governo federal. E tudo que é associado ao governo federal é motivo de apupos públicos.
Mas, a imagem mais marcante da manifestação foi sem dúvida alguma o imenso boneco inflável do General Mourão, elevado à categoria de herói nacional ao lado do Juiz Sérgio Moro. O fato do General Mourão ter sido afastado de um comando operacional para uma função burocrática acabou por fazer dele uma mistura de mártir com salvador do povo brasileiro. A frase mais lembrada do General Mourão foi o seu desejo de que o povo “despertasse para a luta patriótica”. Não está fácil, General, pois ainda não atingimos o fundo do poço; por isso, o povo ainda não acordou.
Volto ao tópico do medo. Um governo que teme seu próprio povo está fadado a naufragar miseravelmente na sua própria insignificância. Político não vive sem povo, assim como o peixe não sobrevive fora d’água. Aliás, refaço a frase: político honesto não vive sem povo. E explico: para o partido que ocupa atualmente os corredores do Palácio do Planalto, a vontade popular é secundária, não importando nem mesmo em quem o eleitor pretende votar. Para garantir o resultado das eleições existe a urna eletrônica e a Smartmatic.
Porém, a sombra do “boneco inflável” do General Mourão colocado diante do Congresso Nacional continua assombrando os corruptos e servindo de alento para os brasileiros destemidos e decididos que a despeito de todas as dificuldades continuam acampados na Esplanada dos Ministérios. O medo ronda o Planalto, e vencê-lo não é tarefa para qualquer um. Especialmente para quem, abrigado no fundo escuro de uma trincheira, tem no engodo e na bravata as suas maiores armas. Na outra trincheira, milhões de brasileiros só aguardam que surja um líder capaz de conduzi-los e unificá-los e recolocar o Brasil no rumo da ética e do desenvolvimento. Enquanto isso, a indefectível imagem do General Mourão continua lá na Esplanada, impávido em eterna continência ao Pavilhão Nacional!
19 de novembro de 2015
Robson Merola de Campos
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