Salvo inusitado, quarta-feira o Tribunal de Contas da União rejeitará as contas de 2014 do governo Dilma, transferindo para o Congresso a obrigação de manifestar-se. Aquinhoado com mais ministérios, mesmo assim o PMDB encontra-se dividido.
A maioria ficará contra a condenação de Madame por haver infringido regras fundamentais de ação administrativa, mas a minoria, somando-se às oposições, poderá surpreender. Nesse caso, pesará a influência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ávido por ver o palácio do Planalto no banco dos réus.
Meses decorrerão até que deputados e senadores decidam pela permanência ou o afastamento da presidente Dilma. Mesmo assim, ao menos na teoria, abre-se a hipótese da sua condenação, que significaria a ascensão de Michel Temer.
É nessa etapa da equação que pode ser imaginada uma aliança entre o vice-presidente e o presidente da Câmara, com quem tem conversado com certa regularidade. Temer só assumirá a chefia do governo se for auxiliado por Cunha.
Basta somar dois mais dois e recordar o episódio que ligou Richard Nixon e Gerald Ford. Antes de renunciar à Casa Branca, Nixon montou minuciosa operação para fazer de Ford o seu sucessor. Qual a primeira iniciativa do novo presidente, na Sala Oval? Assinar decreto perdoando Nixon pelo crime de ter mentido à nação americana no caso Watergate…
Não se dirá que Temer e Cunha estejam acertados nessa hipótese, nem mesmo que ela tenha sido objeto de entendimento. Mas possível é, já que os presidentes da República brasileiros também dispõem do poder de perdoar, especialmente nas proximidades do Natal, Dia das Mães e outras datas festivas.
05 de outubro de 2015
Carlos Chagas
Meses decorrerão até que deputados e senadores decidam pela permanência ou o afastamento da presidente Dilma. Mesmo assim, ao menos na teoria, abre-se a hipótese da sua condenação, que significaria a ascensão de Michel Temer.
É nessa etapa da equação que pode ser imaginada uma aliança entre o vice-presidente e o presidente da Câmara, com quem tem conversado com certa regularidade. Temer só assumirá a chefia do governo se for auxiliado por Cunha.
Como este se encontra em sérias dificuldades em função de acusações de haver mentido quanto a possuir contas secretas na Suiça, será mera questão de tempo sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal.
Basta somar dois mais dois e recordar o episódio que ligou Richard Nixon e Gerald Ford. Antes de renunciar à Casa Branca, Nixon montou minuciosa operação para fazer de Ford o seu sucessor. Qual a primeira iniciativa do novo presidente, na Sala Oval? Assinar decreto perdoando Nixon pelo crime de ter mentido à nação americana no caso Watergate…
Não se dirá que Temer e Cunha estejam acertados nessa hipótese, nem mesmo que ela tenha sido objeto de entendimento. Mas possível é, já que os presidentes da República brasileiros também dispõem do poder de perdoar, especialmente nas proximidades do Natal, Dia das Mães e outras datas festivas.
Pode parecer um absurdo tamanha armação, mas em política, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, vale tudo. Fica apenas a menção para futuras especulações. Como diz Michel Temer, o país necessita de alguém capaz de unir todas as forças políticas para superar a crise. E Eduardo Cunha é uma força política…
05 de outubro de 2015
Carlos Chagas
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