Fusão do PSB com o PPS: vem aí um partido mais esquerda do que o PT.
Roberto Freire e Carlos Siqueira
(O Globo) PSB e PPS iniciaram nesta quarta-feira a fusão das duas legendas. A ideia dos dois partidos é que até junho as negociações estejam concluídas e o processo finalizado. Ainda está sendo discutido o nome e número resultantes da fusão. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, defendeu que o nome passe a ser PSB40 e seja mantido o número dos socialistas. — É uma marca consagrada que teve 23 milhões de votos em 2014 — lembrou Siqueira. O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, disse no entanto que ainda não há definição.
Os dois dirigentes falaram empolgados sobre a saída da senadora Marta Suplicy do PT para concorrer a prefeita de São Paulo pelo PSB no ano que vem. Segundo Siqueira, ela será uma das candidatas mais competitivas do país. PSB e PPS trabalharão pela derrubada do veto da presidente Dilma Rousseff à abertura de janela para entrada de parlamentares e políticos com mandato em partidos resultantes de fusão. O veto será apreciado em sessão do Congresso na próxima terça-feira.
Somados, PSB e PPS passarão a ter três governadores, 45 deputados federais, 588 prefeitos, 92 deputados estaduais e 5.831 vereadores. Assim que fundidos, terão sete senadores, mas Siqueira disse que com a entrada de Marta e de Lúcia Vânia (PSDB-GO), a bancada aumentará para nove. Segundo dirigentes do PSB, a única pessoa contrária à fusão é o ex-presidente do partido Roberto Amaral, que assumiu o comando da legenda interinamente com a morte de Eduardo Campos e a substituição de sua candidatura presidencial por Marina Silva. Apesar de favorável à entrada de Marina na disputa, problemas internos na época deixaram Amaral isolado e ele acabou sendo trocado na presidência por Siqueira, por decisão unânime da executiva nacional.
Os dirigentes dos dois partidos vêm negociando a fusão desde o ano passado, quando o então presidente nacional do PSB Eduardo Campos era vivo. As conversas acabaram paralisadas em decorrência da morte de Eduardo e das eleições presidenciais — Vamos a partir de agora formar um novo partido, da esquerda brasileira, que têm uma historia em comum e, o mais importante, servir de plataforma para um partido que fale com o século 21, com esse novo mundo, que seja contemporâneo, até porque a democracia brasileira, com toda esta crise, conjuntural, precisa ter instrumentos, atores, como este novo partido, que aponte caminhos para um futuro melhor— disse Freire.
30 de abril de 2015
in coroneLeaks
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