Aceitando como verdade a opinião de conselheiros do Planalto, a presidente Dilma Rousseff – reportagem de Simone Iglesias e Luiz Damé, O Globo, edição de 28 – decidiu cancelar seu pronunciamento por uma rede nacional de televisão e rádio pela passagem de 1º de maio, Dia do Trabalho. Preferiu, acentua a matéria, usar as redes sociais.
Confirmada a informação, terá cometido um erro enorme. Em primeiro lugar porque ficou implícito o temor de uma reação popular contrária, atitude que terá como reflexo aumentar o índice de impopularidade que a envolve no momento. Em segundo porque, está evidente, as emissoras vão inevitavelmente repetir suas palavras divulgadas pelas ondas da Internet. No fim o efeito será o mesmo se falasse diretamente pela TV.
Incrível como se comete erros banais no campo da comunicação. A questão não é de forma, nem do meio utilizado. A questão encontra-se no conteúdo da mensagem veiculada. Mc Luhan errou, penso eu, em sustentar que o meio é mensagem. Nem sempre. Por exemplo: uma notícia ruim transmitida através de fonte possante, por este fato, não se torna positiva em si, tampouco seu efeito social.
O conteúdo positivo, isso sim, sobrepõe-se ao meio através do qual venha a ser divulgado à sociedade. Sobretudo porque os meios fortes – é o que acontece na prática, muitas vezes – acabam repetindo as matérias geradas na frente pelas demais fontes. O jornalismo está cheio de exemplos nesse sentido. Os profissionais da imprensa têm plena consciência desse processo.
A comunicação é uma atividade aberta a todos e, assim, surgem os assessores de comunicação que nunca trabalharam em jornal, mas se julgam capazes de formalizar até tese de comunicação e comunicabilidade. Fenômeno engraçado seria esse, se não causasse prejuízos pessoais diretos e indiretos àqueles que seguem tais opiniões vazias. Dilma Rousseff deveria ir à televisão no Dia do Trabalho – isso sim – levando informações positivas de interesse dos trabalhadores.
Mas o que se vê no panorama? Exatamente o contrário. Notícias ruins, perspectivas desfavoráveis que abatem a esperança, matéria essencial para a existência humana. Vejam só a questão dos financiamentos de imóveis pela Caixa Econômica Federal. Na opinião de meu amigo Afonso Rastolho, ex-diretor da CEF, as restrições vão causar enorme retração no mercado imobiliário.
Não é para menos. Reportagem de Geralda Doca, Clarice Spitz e Marcelo Correa, também no Globo de terça-feira, destaca a realidade agressiva das mudanças estabelecidas pelo governo.
Para os imóveis de valor até 700 mil reais, o financiamento que era de 80% passa a ser de 50. Para um prazo de 5 anos, as prestações, em valores a serem corrigidos com o passar dos meses, passam de 1 mil e 900 mensais para 4,8 mil reis por mês. Para os imóveis de 1 milhão de reais, o financiamento desce da escala de 70% para apenas 40. Com isso, as 60 prestações mensais passam de 4,2 mil para 8,3 mil reais a cada 30 dias. Acrescente-se a isso os montantes das entradas. No primeiro caso, passam a ser de 140 mil para 350 mil. No segundo ( financiamento de 1 milhão ) passam de 300 mil para 600.
Afonso Castilho prevê sérias dificuldades para o setor da construção civil e também para as famílias que desejam adquirir casa própria. Inclusive porque, digo eu, o0sm salários não vão crescer na proporção, nem de longe, do aumento projetado para as prestações. O mercado não possui condições de enfrentar tais elevações além do teto possível. Notícias como essas derrubam qualquer pronunciamento, inclusive por intermédio das redes sócias. O conteúdo, não o meio, é que faz a diferença. O povo sabe distinguir muito bem onde está a verdade.
30 de abril de 2015
Pedro do Coutto
Incrível como se comete erros banais no campo da comunicação. A questão não é de forma, nem do meio utilizado. A questão encontra-se no conteúdo da mensagem veiculada. Mc Luhan errou, penso eu, em sustentar que o meio é mensagem. Nem sempre. Por exemplo: uma notícia ruim transmitida através de fonte possante, por este fato, não se torna positiva em si, tampouco seu efeito social.
O conteúdo positivo, isso sim, sobrepõe-se ao meio através do qual venha a ser divulgado à sociedade. Sobretudo porque os meios fortes – é o que acontece na prática, muitas vezes – acabam repetindo as matérias geradas na frente pelas demais fontes. O jornalismo está cheio de exemplos nesse sentido. Os profissionais da imprensa têm plena consciência desse processo.
A comunicação é uma atividade aberta a todos e, assim, surgem os assessores de comunicação que nunca trabalharam em jornal, mas se julgam capazes de formalizar até tese de comunicação e comunicabilidade. Fenômeno engraçado seria esse, se não causasse prejuízos pessoais diretos e indiretos àqueles que seguem tais opiniões vazias. Dilma Rousseff deveria ir à televisão no Dia do Trabalho – isso sim – levando informações positivas de interesse dos trabalhadores.
Mas o que se vê no panorama? Exatamente o contrário. Notícias ruins, perspectivas desfavoráveis que abatem a esperança, matéria essencial para a existência humana. Vejam só a questão dos financiamentos de imóveis pela Caixa Econômica Federal. Na opinião de meu amigo Afonso Rastolho, ex-diretor da CEF, as restrições vão causar enorme retração no mercado imobiliário.
Não é para menos. Reportagem de Geralda Doca, Clarice Spitz e Marcelo Correa, também no Globo de terça-feira, destaca a realidade agressiva das mudanças estabelecidas pelo governo.
Para os imóveis de valor até 700 mil reais, o financiamento que era de 80% passa a ser de 50. Para um prazo de 5 anos, as prestações, em valores a serem corrigidos com o passar dos meses, passam de 1 mil e 900 mensais para 4,8 mil reis por mês. Para os imóveis de 1 milhão de reais, o financiamento desce da escala de 70% para apenas 40. Com isso, as 60 prestações mensais passam de 4,2 mil para 8,3 mil reais a cada 30 dias. Acrescente-se a isso os montantes das entradas. No primeiro caso, passam a ser de 140 mil para 350 mil. No segundo ( financiamento de 1 milhão ) passam de 300 mil para 600.
Afonso Castilho prevê sérias dificuldades para o setor da construção civil e também para as famílias que desejam adquirir casa própria. Inclusive porque, digo eu, o0sm salários não vão crescer na proporção, nem de longe, do aumento projetado para as prestações. O mercado não possui condições de enfrentar tais elevações além do teto possível. Notícias como essas derrubam qualquer pronunciamento, inclusive por intermédio das redes sócias. O conteúdo, não o meio, é que faz a diferença. O povo sabe distinguir muito bem onde está a verdade.
30 de abril de 2015
Pedro do Coutto
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