Graça no meio dos problemas: entre Gabrielli, Dilma e "Paulinho"
Em sua “delação” – juridicamente chamada de “Colaboração Premiada” -, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou categoricamente que a corrupção era generalizada nas diversas diretorias da empresa comandadas por partidos políticos.
Costa afirmou, também, que era do PT a Diretoria de Gás & Energia – cuja titular foi, durante cinco anos, a atual presidente da Petrobras Graça Foster.
É de se destacar que, em 13 de fevereiro de 2012, em seu discurso de posse como presidente da Petrobras, Graça Foster fez uma estapafúrdia declaração de "fidelidade incondicional" à presidente Dilma Rousseff, perdendo, de maneira clara, patente e absoluta a sua isenção para analisar atos de Dilma que firam o interesse da empresa por ela presidida.
A propósito, tal "fidelidade incondicional" é a mais provável explicação para a suspeitíssima atuação de Graça no caso da Gemini – espúria sociedade, altamente prejudicial à Petrobras, arquitetada no período em que Dilma acumulava as funções de Ministra de Minas e Energia e Presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
Será que foi essa inadmissível "fidelidade incondicional" que impediu Graça de interpelar judicialmente o jornalista Jorge Serrão pela autoria da matéria “Diretora da Petrobras confirma que Dilma sabia da denúncia de corrupção na Gemini”, publicada em 20 de dezembro de 2010 no Alerta Total?
Conforme pode ser visto, em referida matéria, está detalhadamente comentada a dura tréplica à resposta dada por Graça Foster à carta que eu havia lhe encaminhado em 22 de novembro de 2010.
Citada resposta da então diretora Foster (carta DG&E n° 75/2010, de 2 de dezembro de 2010) é impressionantemente tendenciosa e em muito se afasta da realidade (eufemismo para evitar afirmar que uma dama mentiu).
Com o objetivo de provar que Graça passou muito longe da verdade ao afirmar que todos os esclarecimentos sobre o assunto já haviam sido a mim prestados, enumerei oito perguntas que passaram batidas. Inclusive a pergunta relativa ao caso da mala de dinheiro que, para qualquer pessoa isenta, significa uma acusação de corrupção.
Assim, considerando recente declaração de Dilma que seu governo apura todos os malfeitos “doa a quem doer”, continuarei insistindo para saber o que foi feito do contundente depoimento por mim prestado à Polícia Federal ligando os nomes de Dilma e Graça à Gemini.
Aliás, uma boa oportunidade para perguntar a Dilma detalhes sobre a Gemini ocorrerá no próximo debate da Band (terça-feira, 14). Não se alegue que a Gemini é pequena demais diante de outros escândalos. Nunca deve ser esquecido que o mais sanguinário dos gangster, Al Capone, só foi para a prisão porque conseguiram comprovar um seu crime menor, relativo a imposto de renda.
Por tudo que tem acontecido nos últimos tempos em nosso país, permitimo-nos uma generalização: considerando o delatado por Paulo Roberto Costa, diversas outras “Sociedades de Propósito Específico” firmadas entre a Petrobras e grandes empresas têm problemas idênticos aos da Gemini ou aos revelados na “Colaboração Premiada” da Operação Lava Jato – que agora escandalizam a Nação.
Finalizando, informo que as comprovações de falcatruas relativas à Gemini estão disponíveis no site que originou o artigo “Dilma e o site Maracutaias na Petrobras”. Seguem os links
13 de outubro de 2014
João Vinhosa é Engenheiro.
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