"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

PROPINA DO PT ERA DE 3% NA PETROBRAS. AGORA O PARTIDO QUER AMORDAÇAR A JUSTIÇA.

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A campanha da presidente Dilma Rousseff vai recorrer ao ministro Teori Zavascki e ao Procurador Geral Eleitoral, Rodrigo Janot, para tentar conter a divulgação dos depoimentos dos implicados nas denúncias de corrupção na Petrobrás. A divulgação do vídeo com esses depoimentos causaram forte impacto na campanha petista, que não esperava pela decisão do juiz Sérgio Moro, relator de processos relativos à Operação Lava Jato. O comitê de Dilma reclama especialmente da coincidência da tomada dos depoimentos com ao início do segundo turno da eleição presidencial.
 
Na avaliação do comitê eleitoral da presidente, a divulgação dos vídeos pode ter efeitos bem mais prejudiciais à campanha da presidente que o noticiário dos meios de comunicação sobre os depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Agora as confissões ganharam voz, imagens, dinheiro no exterior, cifras e percentuais de comissão e nomes de partidos, tendo à frente o PT, ao qual é filiada a presidente da República, e os aliados PP e PMDB.
 
Surpreendido pela decisão do juiz Moro de divulgar os depoimentos, o comitê da reeleição da presidente decidiu empreender uma reação simultânea em diversas frentes. Nos programas e comerciais do rádio e da televisão a tônica será o ataque ao PSDB e seu candidato, Aécio Neves; nos debates, que recomeçam esta semana, a ideia do comando da campanha é que Dilma chame Aécio para debater programas de governo, segundo informou ao Valor um dos integrantes da coordenação da campanha.
Essa pelo menos era a intenção do comitê até a última sexta-feira, que pode mudar se as denúncias de corrupção na Petrobras continuarem provocando grande estrago na candidatura da presidente. O tema corrupção, desde a reabertura do horário eleitoral gratuito, vem ganhando espaço na campanha de Dilma, com a reapresentação das propostas da presidente da República sobre o assunto e das denúncias de malfeitos de integrantes de governos do PSDB.
 
O alvo de Dilma e de outros petistas que nos últimos dias falaram em "vazamento" dos depoimentos é o juiz Sérgio Moro. Ele é o responsável pelo processamento pensa das ações decorrentes da operação Lava-Jato. Em nota, a Justiça Federal do Paraná saiu em sua defesa: "Referidas ações penais não tramitam em segredo de justiça e, portanto, por força dos mandamentos contidos nos artigos 5º, inciso LX, e 93, inciso IX da Constituição Federal de 1988, estão sujeitas ao princípio da publicidade".
A nota esclarece também que "permanecem sob sigilo os termos da delação premiada, que não se confundem com as declarações prestadas ou a serem ainda prestadas na ação penal, que é pública. O compromisso da Justiça Federal do Paraná é exclusivamente em relação à transparência, celeridade e efetividade do processo", diz a nota. O relator do processo de delação premiada é o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, pois o processo envolve o nome de pessoas com foro privilegiado de julgamento. Daí a intenção do PT de procura-lo, na tentativa de brecar a divulgação dos depoimentos.
 
O Valor apurou que a campanha de Dilma tem um problema a mais em relação às denúncias contra a Petrobras. Teme-se que, a exemplo do que aconteceu no mensalão, pessoas que desmentiram ter algum envolvimento com o escândalo apareçam depois em um dos depoimentos. Questionado pelo PT e a campanha, o tesoureiro do partido, João Vacari, por exemplo, negou envolvimento com Roberto Costa e Alberto Youssef. Seu nome apareceu depois num dos depoimentos. Nada que provasse sua participação em algum esquema, mas certamente algum relacionamento dele com os acusados. São fatos que geram insegurança na campanha. (

(Valor Econômico)

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