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Na entrevista levada ao ar pelo programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, na última segunda-feira, 22 de setembro, Dilma colocou em prática o mais elementar ensinamento contido no livro “Como vencer um debate sem precisar ter razão” – considerado, com todos os méritos, um autêntico manual de patifaria intelectual.
Em citado livro, o autor, Schopenhauer, falecido em 1860, desmascara os esquemas de argumentação maliciosa e falsa, que não saem de moda, principalmente nos ambientes políticos.
Parece até que, ao escrever o tópico sobre “ampliação indevida”, o arguto filósofo estava descrevendo o procedimento de Dilma na citada entrevista. Foram as seguintes as palavras textuais do velho Schop: “Levar a afirmação do adversário para além de seus limites naturais, interpretá-la do modo mais geral possível, tomá-la no sentido mais amplo possível e exagerá-la.”
Vejamos que esse foi exatamente o procedimento de Dilma, ao responder se achava legítimo ficar botando medo nas pessoas ao dizer que, “se a sua adversária Marina for eleita, os pobres vão passar fome, os banqueiros vão fazer as maiores maldades com o povo, acaba o pré-sal, as pessoas não vão mais comprar casa própria”.
Relativamente a reduzir o papel dos bancos públicos (Caixa, Banco do Brasil e BNDES), Dilma se superou.
Ela distorceu a colocação de Marina, afirmando que ninguém mais fará obras de infraestrutura no país: “Não sai rodovia, ferrovia, porto, aeroporto. Não sai metrô. Não sai VLT. Esquece, porque não sai.” Além disso, previu o fim do financiamento do Plano Safra, e atemorizou os carentes pretendentes do “Minha Casa Minha Vida”, vociferando: “nunca esse país vai ver uma casa própria para população mais pobre”.
Ora, alguém precisa alertar a candidata Dilma que, em respeito à inteligência do respeitável público, ela deve parar com a enganação. O que se encontra em discussão não são os aspectos por ela comentados; o que se encontra em discussão é outra coisa: se há interesse da sociedade brasileira em diversos investimentos suspeitos, como os citados pela mídia, enumerados a seguir:
1 – “O BNDES aprovou um financiamento para a modernização de aeroportos cubanos, que será feita pela Construtora Odebrecht”;
2 – “O BNDES já repassou o equivalente a mais de R$ 1 bilhão à construtora Odebrecht pela reforma do porto de Mariel, em Cuba, um negócio mantido em sigilo, por até 30 anos, pelo governo brasileiro, que considera que a revelação dos detalhes do financiamento “põe em risco as relações internacionais do Brasil” e pode “levantar questionamentos desnecessários”;
3 – “O aporte do BNDES ajudará na implantação de uma unidade de liquefação de gás natural e na construção de um tanque de estocagem do gás natural liquefeito (GNL) e uma estação de enchimento de carretas. ‘Trata-se da primeira unidade de fabricação de GNL do Brasil, com previsão de abastecer distribuidoras, indústrias e postos de gás natural veicular em regiões de São Paulo, Paraná, Goiás e Distrito Federal’, observou o BNDES”.
Cumpre esclarecer que o aporte citado no item 3 acima se refere ao financiamento obtido junto ao BNDES para ajudar na implantação da Gemini – sociedade por meio da qual o Governo entregou o cartório de produção e comercialização de gás natural liquefeito para uma empresa privada pertencente integralmente à norte-americana Praxair.Inc.
Fica visto, assim, que tal empresa privada – em cujo prontuário consta uma multa de 2,3 bilhões de reais pelo crime de formação de cartel, objetivando, entre outras coisas, fraudar licitações para superfaturar contra nossos combalidos hospitais públicos – além de ter sido beneficiada por um crime de lesa-pátria, teve, para concretizar o ato lesivo à Petrobras, seu investimento patrocinado pelo BNDES (banco cujo papel Dilma não quer ver reduzido).
Por outro lado, a entrevista do Bom Dia Brasil nos colocou diante de uma vergonhosa realidade: mais uma vez, Dilma insistiu em depreciar a atuação da Polícia Federal em outros governos.
Será que ninguém tem coragem de dizer à Dilma que ela deve evitar falar no nome da honrada instituição, enquanto não houver uma enérgica manifestação sobre o depoimento que prestei à Polícia Federal há três anos sobre a Gemini – empresa arquitetada no período em que Dilma acumulava as funções de Ministra de Minas e Energia e presidente do Conselho de Administração da Petrobras?
Finalizando, apresento o link da entrevista de Dilma, e – com o objetivo de ver se ela para de uma vez por todas de citar a “Polícia Federal de meu governo” – apresento, também, os links de documentos relativos à Polícia Federal. Mais: para aqueles que tiverem interesse em maiores detalhes (inclusive a íntegra de meu depoimento e um Acordo de Quotistas mais viciado que o relatório de Pasadena), recomendo navegar no
www.maracutaiasnapetroroubobras.com.
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João Vinhosa é Engenheiro.
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