EU VOTO AÉCIO 45
O Brasil acordou nas cidades acima de 500 mil habitantes desde a Copa das Confederações. As classes médias tomaram consciência de seus direitos, da carestia dos bens e serviços comercializáveis no país, comparando os preços dos EUA, do custo de vida em elevação, da carga tributária e da onerosidade do crédito, e passou a temer o desemprego. Deu de atrasar os pagamentos e tomou ojeriza da corrupção generalizada e da insegurança em face do crime.
Sei que escrevo para uma minoria, a parte mais consciente da sociedade, a que lê, pensa, compara e verifica a diferença entre um PSDB mais chegado à racionalidade econômica, à ética e à modernidade e os partidos anódinos, aproveitadores da coisa pública e, entre a ganância do PT, alimentado por uma esquerda caviar (e burra) combatido, à sua vez, por uma direita estúpida, especialmente em certos meios universitários.
Nós somos, quando muito, 20% do eleitorado. Dez por cento do colégio eleitoral se divide entre os totalmente alheios e os absolutamente descrentes de quaisquer políticos e eleições. Os 70% restantes se repartem entre os fanáticos, os alienados, os famélicos e sócios-dependentes dos programas demagógicos do PT, do PMDB, do PP e os persistentes votantes, uns crentes, outros nem tanto, de uma terceira via - 2014 ainda não explicada - ora simbolizada pela figura messiânica de Marina, maltratada por Dilma, se assemelhando a uma sádica com o chicote na mão.
No plano das eleições estaduais, o PT ganhará o Executivo de uns poucos e insignificantes estados da Federação. No plano legislativo federal, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) haverá imensa dispersão entre as legendas, sejam grandes ou pequenas, em razão da segmentação por interesses específicos nos municípios e cidades maiores, nas quais os cabos eleitorais atuam e formam o Poder Legislativo federal.
Em suma, a vontade nacional, ao contrário do que ocorre nos EUA e na Europa, não é capitaneada pelos partidos nacionalmente. Aqui, o mandonismo local forma os representantes do povo. As siglas partidárias são como legendas de aluguel ou compartimentos para acomodar as desavenças provincianas dos políticos do lugar. Valem nomes e trocas, não partidos e ideias.
Pois bem, segundo o Diap, essa fragmentação atingirá seu clímax nas eleições de 2014. Espera-se que nenhum partido grande (PT, PMDB, PSDB, PSB, PP) forme bancadas com mais de 62 membros. O restante estaria disperso noutras siglas médias e pequenas, como PDT, DEM, PSD, PTB et caterva, o que irá complicar a governabilidade. As alianças não se fariam em torno de ideias ou programas, mas de cargos e verbas, regulares e irregulares. As eleições viraram grandiosa feira de oportunidades negociais, mormente se o PT, isolado, continuar no poder em Brasília.
E bem pode ocorrer essa catástrofe temida mundo afora, afugentando investimentos, tanto que a morna recuperação dilmista, ex-brizolista, fez a Bolsa de Valores tombar e o dólar subir, reverberando o pavor que o mundo teve de Lula (e agora vê que tinha razão). Bastaram Marina e Aécio reagirem para a bolsa subir e o dólar cair.
Os grandes tribunos do passado não estão nessas eleições para desmentir as mentiras de dona Dilma, homens como Brizola, Carlos Lacerda, Antônio Carlos Magalhães e outros. Faltou o Aécio, um político elegante, a língua afiada dos políticos do passado. Como não lhe jogar na cara o botar na conta do Planalto R$ 2.800 por semana para pentear seu cabelo? Como não verberar sua aliança com o crime; aumento maior do salário-reclusão do que a outros benefícios pagos aos honestos? Como não lhe enfiar goela abaixo os aumentos na conta de energia de sua política maluca no setor energético, punindo os mais pobres?
A lista é enorme e a deixaria sem fala ou atrapalhada, para, por exemplo, explicar o Porto de Mariel, presenteado a Cuba. E o banquete para 120 pessoas no melhor hotel de Lisboa? É de se pedir a prova de que pagaram do próprio bolso. Sua cara viria torta para o vídeo, pois quem pagou foi mesmo o Tesouro. O povo merecia vê-la desmascarada. Dos nove ministros que demitiu, nenhum foi punido.
Ela nunca sabe de nada, como Lula e Zé Dirceu. Erenice, sua amiguinha íntima, era ladra contumaz. Nunca tanta empáfia, a ponto de xingar os íntimos com os nomes mais chulos da língua, seria tão facilmente jogada ao chão. Mas quem disse que um gentleman como o Aécio ou uma pastora como Marina têm talentos desconstrutivos de más reputações, de lobos em pele de cordeiro? Eles é que são caninos com suas afiadas presas. Por qual razão não reproduzir seu discurso comunista no Fórum de São Paulo e a sua imagem alisando a cabeça de Fidel Castro?
Seja lá como for, a sociedade finalmente se dividiu. No segundo turno, o povo vai certamente apeá-la do poder. Irá para os seus pagos no Sul, bem distante do resto do Brasil. Desejo-lhe uma vida saudável junto à família e ao netinho.
24 de setembro de 2014
Sacha Calmon, Correio Braziliense
Sei que escrevo para uma minoria, a parte mais consciente da sociedade, a que lê, pensa, compara e verifica a diferença entre um PSDB mais chegado à racionalidade econômica, à ética e à modernidade e os partidos anódinos, aproveitadores da coisa pública e, entre a ganância do PT, alimentado por uma esquerda caviar (e burra) combatido, à sua vez, por uma direita estúpida, especialmente em certos meios universitários.
Nós somos, quando muito, 20% do eleitorado. Dez por cento do colégio eleitoral se divide entre os totalmente alheios e os absolutamente descrentes de quaisquer políticos e eleições. Os 70% restantes se repartem entre os fanáticos, os alienados, os famélicos e sócios-dependentes dos programas demagógicos do PT, do PMDB, do PP e os persistentes votantes, uns crentes, outros nem tanto, de uma terceira via - 2014 ainda não explicada - ora simbolizada pela figura messiânica de Marina, maltratada por Dilma, se assemelhando a uma sádica com o chicote na mão.
No plano das eleições estaduais, o PT ganhará o Executivo de uns poucos e insignificantes estados da Federação. No plano legislativo federal, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) haverá imensa dispersão entre as legendas, sejam grandes ou pequenas, em razão da segmentação por interesses específicos nos municípios e cidades maiores, nas quais os cabos eleitorais atuam e formam o Poder Legislativo federal.
Em suma, a vontade nacional, ao contrário do que ocorre nos EUA e na Europa, não é capitaneada pelos partidos nacionalmente. Aqui, o mandonismo local forma os representantes do povo. As siglas partidárias são como legendas de aluguel ou compartimentos para acomodar as desavenças provincianas dos políticos do lugar. Valem nomes e trocas, não partidos e ideias.
Pois bem, segundo o Diap, essa fragmentação atingirá seu clímax nas eleições de 2014. Espera-se que nenhum partido grande (PT, PMDB, PSDB, PSB, PP) forme bancadas com mais de 62 membros. O restante estaria disperso noutras siglas médias e pequenas, como PDT, DEM, PSD, PTB et caterva, o que irá complicar a governabilidade. As alianças não se fariam em torno de ideias ou programas, mas de cargos e verbas, regulares e irregulares. As eleições viraram grandiosa feira de oportunidades negociais, mormente se o PT, isolado, continuar no poder em Brasília.
E bem pode ocorrer essa catástrofe temida mundo afora, afugentando investimentos, tanto que a morna recuperação dilmista, ex-brizolista, fez a Bolsa de Valores tombar e o dólar subir, reverberando o pavor que o mundo teve de Lula (e agora vê que tinha razão). Bastaram Marina e Aécio reagirem para a bolsa subir e o dólar cair.
Os grandes tribunos do passado não estão nessas eleições para desmentir as mentiras de dona Dilma, homens como Brizola, Carlos Lacerda, Antônio Carlos Magalhães e outros. Faltou o Aécio, um político elegante, a língua afiada dos políticos do passado. Como não lhe jogar na cara o botar na conta do Planalto R$ 2.800 por semana para pentear seu cabelo? Como não verberar sua aliança com o crime; aumento maior do salário-reclusão do que a outros benefícios pagos aos honestos? Como não lhe enfiar goela abaixo os aumentos na conta de energia de sua política maluca no setor energético, punindo os mais pobres?
A lista é enorme e a deixaria sem fala ou atrapalhada, para, por exemplo, explicar o Porto de Mariel, presenteado a Cuba. E o banquete para 120 pessoas no melhor hotel de Lisboa? É de se pedir a prova de que pagaram do próprio bolso. Sua cara viria torta para o vídeo, pois quem pagou foi mesmo o Tesouro. O povo merecia vê-la desmascarada. Dos nove ministros que demitiu, nenhum foi punido.
Ela nunca sabe de nada, como Lula e Zé Dirceu. Erenice, sua amiguinha íntima, era ladra contumaz. Nunca tanta empáfia, a ponto de xingar os íntimos com os nomes mais chulos da língua, seria tão facilmente jogada ao chão. Mas quem disse que um gentleman como o Aécio ou uma pastora como Marina têm talentos desconstrutivos de más reputações, de lobos em pele de cordeiro? Eles é que são caninos com suas afiadas presas. Por qual razão não reproduzir seu discurso comunista no Fórum de São Paulo e a sua imagem alisando a cabeça de Fidel Castro?
Seja lá como for, a sociedade finalmente se dividiu. No segundo turno, o povo vai certamente apeá-la do poder. Irá para os seus pagos no Sul, bem distante do resto do Brasil. Desejo-lhe uma vida saudável junto à família e ao netinho.
24 de setembro de 2014
Sacha Calmon, Correio Braziliense
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