"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A POLÍTICA FISCAL - BASE JULHO 2014


 

I - Resultados fiscais

O setor público consolidado registrou déficit primário de R$4,7 bilhões em julho. O Governo Central, os governos regionais e as empresas estatais apresentaram déficits primários de R$1,9 bilhão, R$2,2 bilhões e R$603 milhões, respectivamente.
 
No ano, o superávit acumulado alcançou R$24,7 bilhões, ante R$54,4 bilhões no mesmo período de 2013. Considerando-se os fluxos acumulados em doze meses, o superavit primário atingiu R$61,5 bilhões (1,22% do PIB), comparativamente a R$68,5 bilhões (1,36% do PIB) em junho.
 
Os juros nominais, apropriados por competência, alcançaram R$28 bilhões em julho, comparativamente a R$18,7 bilhões em junho. O aumento no número de dias úteis e o resultado desfavorável das operações de swap cambial no mês contribuíram para essa elevação. No acumulado no ano, os juros nominais atingiram R$148,2 bilhões, comparativamente a R$141,5 bilhões no mesmo período de 2013. Em doze meses, os juros nominais totalizaram R$255,6 bilhões (5,06% do PIB), elevando-se 0,06 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
 
O resultado nominal, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados por competência, foi deficitário em R$32,7 bilhões em julho. No acumulado no ano, o déficit nominal alcançou R$123,6 bilhões, comparativamente a R$87 bilhões no mesmo período do ano anterior. Nos últimos doze meses, o déficit nominal alcançou R$194,1 bilhões (3,84% do PIB), elevando-se 0,21 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
 
No mês, ocorreram expansões de R$40,9 bilhões na dívida mobiliária e de R$1,2 bilhão nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária, contrabalançadas, parcialmente, pela redução de R$5,8 bilhões na dívida bancária líquida e de R$3,6 bilhões no financiamento externo líquido.
 

II - Dívida mobiliária federal

A dívida mobiliária federal interna, fora do Banco Central, avaliada pela posição de carteira, totalizou R$2.082,0 bilhões (41,2% do PIB) em julho, registrando decréscimo de R$29,3 bilhões em relação ao mês anterior. O resultado refletiu resgates líquidos de R$51,9 bilhões, acréscimo de R$0,3 bilhão em razão da depreciação cambial e incorporação de juros de R$22,4 bilhões.
 
Destacaram-se os resgates líquidos de R$47,9 bilhões em LTN, de R$12,1 bilhões em NTN-F e de R$2,7 bilhões em NTN-C; e as emissões de R$6,3 bilhões em LFT e de R$4,7 bilhões em NTN-B.
 
A participação por indexador registrou a seguinte evolução, em relação a junho: a porcentagem dos títulos indexados a câmbio permaneceu em 0,4%; a dos títulos vinculados à taxa Selic elevou-se de 15,1% para 15,2%, pelas emissões de LFT; a dos títulos prefixados reduziu-se de 32,4% para 30,2%, pelos resgates líquidos de LTN e NTN-F; e a dos títulos indexados aos índices de preços passou de 29,2% para 29,1%. A participação das operações compromissadas aumentou de 22,6% para 24,8%, apresentando vendas líquidas de R$63,6 bilhões.
 
Em julo, a estrutura de vencimento da dívida mobiliária em mercado era a seguinte: R$178,2 bilhões, 8,6% do total, com vencimento em 2014; R$405,2 bilhões, 19,5% do total, com vencimento em 2015; e R$1.498,6 bilhões, 72% do total, vencendo a partir de janeiro de 2016.
A exposição total líquida nas operações de swap cambial alcançou R$211,5 bilhões. O resultado dessas operações (diferença entre a rentabilidade do DI e a variação cambial mais cupom) foi desfavorável ao Banco Central em R$2,6 bilhões.
 

III - Dívida Interna total do setor público

Além da divida em poder do mercado acima citada, considerando também a dívida interna em poder do Banco Central no valor de R$ 924,4 bilhões. A Dívida total do Tesouro Nacional alcançou R$ 3.006,4 bilhões em julho, 59% do PIB, elevando-se 0,5 p.p. do PIB em relação ao mês anterior.
 
04 de setembro de 2014
Ricardo Bergamini é Economista.

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