"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 1 de julho de 2014

A POBREZA NÃO É SINÔNIMO DE VIRTUDE


 
 

Vejo que a maioria das pessoas associa a pobreza a virtudes tais como humildade e perseverança. Levar uma vida difícil mesmo que isso não te leve a lugar algum é visto como uma aura incandescente capaz de dar autoridade para bater no peito e dizer "sou pobre com orgulho".

A prosperidade, no Brasil, é encarada com desconfiança e associada à torpeza de caráter. Se for rico provavelmente deve ter roubado ou sonegado tributos.

Mesmo que a criatura seja um homem desorganizado com suas próprias finanças, frequentador assíduo do bar, violento com esposa e filhos, sua imagem de “trabalhador" que ganha mais ou menos o salário-mínimo já é o suficiente para fazer florescer nas mentes intelectuais verdadeiras odes a essa criatura nada espirituosa.

E é claro que todas as outras circunstâncias são responsáveis pelos infortúnios da vida dele, menos suas ações diárias...

O rico é o malvado. Sempre. E haja impropérios para caracterizar seus atos. Todas suas escolhas pessoais diárias, tais como usar racionalmente seu dinheiro, trabalhar incansavelmente e visão de futuro na boca dos outros se transformam nas palavras de avareza, neurose e oportunismo.

E olhem que situação escabrosa: se o pobre ganhar algo (licitamente ou não) sem que seja fruto do seu trabalho, isto é válido. Porque ele é pobre e precisa. Mas se alguém com mais posses tentar proteger o que foi fruto de seu suor não passa de um sonegador de impostos, o mais vil dos devedores, egoísta miserável que não vê que sua riqueza tem que ser distribuída.

Não preciso ir muito longe para demonstrar que riqueza na mão de quem não produziu vai fácil. Vejam em quanto tempo dura a farra de alguém que acertou na loto. A pobreza não gera virtudes.

O que se dirá, entretanto, do espírito que busca a riqueza? Este alguém terá que ter força, perseverança, fé. Terá muitas vezes que renunciar ao imediatismo, a coragem será fundamental, a visão ampla também, sem falar na habilidade no trato com as pessoas.

Em suma: o espírito que busca a prosperidade é virtuoso.

30 de junho de 2014
Natalia Vilarouc é Graduanda de Direito da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e Especialista do Instituto Liberal.

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