"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 1 de julho de 2014

EMPRESA RECEBEU INFORMNAÇÕES SIGILOSAS DA PETROBRAS


Relatório da estatal revela que suspeito de pagar propina a funcionários repassou documentos ao comando da SBM Offshore

Conforme relatório de investigação da Petrobrás sobre o caso, obtido pelo Estado, em 10 de junho de 2009 Faerman enviou para o diretor da SBM Michael Wyllie um e-mail com o conteúdo de documento interno que solicitava à Diretoria Executiva da Petrobrás autorização para contratar serviços na unidade de liquefação de gás natural embarcada (GNLE) em dois blocos do Pré-Sal na Bacia de Santos.

Em outro e-mail, intitulado "Confidencial", de 28 de outubro de 2010, 
aerman informou a Francis Blanchelande, chefe da área operacional da SBM, decisão da Diretoria Executiva de contratar uma embarcação da empresa McDermott. Na mensagem, anexou um documento interno da área de Exploração e Produção de Petróleo da Petrobrás, responsável pelos contratos de afretamento.
 
Em 18 de abril de 2011, o executivo Jean-Philippe Laures enviou ao CEO da SBM, Tony Mace, e outros dois altos funcionários da empresa o Plano Diretor do Pré-Sal, aprovado pela Diretoria Executiva da empresa havia um mês.
 
As trocas de mensagens foram selecionadas pela SBM e apresenta
das à comissão destacada pela Petrobrás para investigar as denúncias de suborno. No relatório final dos trabalhos, a estatal registra a existência de "informações confidenciais" entre documentos internos da SBM, "ainda que não haja evidências de que tenham sido obtidas por meio de pagamentos a empregados da Petrobrás".
 

"Não foi possível identificar o responsável por fornecer informações contidas nos documentos internos", concluiu a equipe. Embora seja o autor de alguns dos e-mails, em depoimento, Faerman disse não saber como documentos confidenciais da estatal poderiam estar na SBM e negou que passava à empresa informações privilegiadas obtidas na Petrobrás.

Funcionários da SBM, que também abriu investigação sobre as denúncias, descreveram Faerman como um representante que tinha contatos "high level" (de alto nível) à equipe de investigação da Petrobrás. Entre os diretores mais procurados, constam José Antônio de Figueiredo, de Engenharia, Tecnologia e Materiais; e Renato de Souza Duque, que chefiou a área de Serviços até abril de 2012. Este último foi visitado ao menos 30 vezes por representantes da SBM entre 2005 e 2011, embora tenha relatado, em entrevista, a "baixa frequência dos contatos". "(Duque) Informou que recebia muitas visitas de empresas, mas que da SBM foram poucas", diz relatório da estatal.

Procurada, a SBM não se pronunciou sobre o vazamento de informações da Petrobrás. À equipe da estatal, relatou ter detectado "red flags" (bandeiras vermelhas) nos negócios de Faerman, a exemplo dos valores altos pagos, a título de "comissões" pela obtenção de contratos, às empresas dele no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. Contudo, informou não ter encontrado prova de suborno na companhia petrolífera brasileira. O Estado não localizou Faerman ou seus representantes neste domingo.


FÁBIO FABRINI E FÁBIO BRANDT - O ESTADO DE S. PAULO
01 de julho de 2014

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