Não é difícil saber para que lado o PMDB se inclinará: basta seguir o poder. No plano federal, quando diminui a vantagem do favorito em uma eleição, o partido hesita, e alguns de seus membros até preferem abandonar o barco. Interesses regionais influenciam as escolhas, bem como acertos que podem se mostrar mais vantajosos no futuro.
As dissidências, porém, não são peremptórias. Definido o resultado do pleito, todos se sentem atraídos pela nau vitoriosa. Não importa o rumo, a coloração ideológica, o projeto: é com ela que o conglomerado de caciques, alas e grupos seguirá seu curso, mas sem deixar de promover os habituaiaiores vantagens.
Principal aliado de Dilma Rousseff (PT), o PMDB definiu nesta terça-feira (10) que continuará a navegar com a presidente.
Embora a decisão fosse previsível --uma vez que o partido ocupa a Vice-Presidência da República e está aportado em cinco ministérios--, verificou-se na convenção do PMDB marcante divergência. Contaram-se 59% dos votos a favor da aliança e 41% contrários a ela.
O resultado contrasta com a ampla adesão à candidatura de Dilma em 2010, quando 84% dos delegados peemedebistas apoiaram a chapa encabeçada pela petista.
Além de descontentamentos com o modo como o governo trata seus aliados no Congresso, da queda da popularidade presidencial e das incertezas que cercam a reeleição, pesaram entre os desgostosos as ambiguidades do Planalto em disputas nos Estados. Em alguns deles, o PT e o PMDB serão adversários.
A atuação do vice-presidente Michel Temer foi decisiva para a preservação da aliança, mas os números evidenciam que o cacique-mor da sigla já não desfruta do mesmo prestígio de outros tempos.
Para a campanha petista, a decisão representa um acréscimo de 2 minutos e 20 segundos em cada bloco de 25 minutos da propaganda eleitoral. Tem sido esse, aliás, o principal fator a nortear os arranjos políticos entre partidos no Brasil.
Por um pouco mais de exposição na TV, alianças em tese impensáveis, como a de Paulo Maluf com o PT, se concretizam como se fossem naturais. Projetos e afinidades ideológicas são substituídos pelo comércio de cargos e favores, os partidos perdem significado, a política cai no descrédito --e assim "la nave va".
As dissidências, porém, não são peremptórias. Definido o resultado do pleito, todos se sentem atraídos pela nau vitoriosa. Não importa o rumo, a coloração ideológica, o projeto: é com ela que o conglomerado de caciques, alas e grupos seguirá seu curso, mas sem deixar de promover os habituaiaiores vantagens.
Principal aliado de Dilma Rousseff (PT), o PMDB definiu nesta terça-feira (10) que continuará a navegar com a presidente.
Embora a decisão fosse previsível --uma vez que o partido ocupa a Vice-Presidência da República e está aportado em cinco ministérios--, verificou-se na convenção do PMDB marcante divergência. Contaram-se 59% dos votos a favor da aliança e 41% contrários a ela.
O resultado contrasta com a ampla adesão à candidatura de Dilma em 2010, quando 84% dos delegados peemedebistas apoiaram a chapa encabeçada pela petista.
Além de descontentamentos com o modo como o governo trata seus aliados no Congresso, da queda da popularidade presidencial e das incertezas que cercam a reeleição, pesaram entre os desgostosos as ambiguidades do Planalto em disputas nos Estados. Em alguns deles, o PT e o PMDB serão adversários.
A atuação do vice-presidente Michel Temer foi decisiva para a preservação da aliança, mas os números evidenciam que o cacique-mor da sigla já não desfruta do mesmo prestígio de outros tempos.
Para a campanha petista, a decisão representa um acréscimo de 2 minutos e 20 segundos em cada bloco de 25 minutos da propaganda eleitoral. Tem sido esse, aliás, o principal fator a nortear os arranjos políticos entre partidos no Brasil.
Por um pouco mais de exposição na TV, alianças em tese impensáveis, como a de Paulo Maluf com o PT, se concretizam como se fossem naturais. Projetos e afinidades ideológicas são substituídos pelo comércio de cargos e favores, os partidos perdem significado, a política cai no descrédito --e assim "la nave va".
13 de junho de 2014
Editorial Folha de SP
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