O retrato da atuação do Brasil contra a Croácia está na imagem, vista do alto, de dois corredores semidesocupados, um em cada lateral, por onde Daniel Alves e Marcelo, sucessivamente, subiam e desciam com uma estranha predileção por parar no meio do caminho.
Um time que aposta em dois laterais em final de temporada não pode abrir mão da cobertura de suas subidas ao ataque.
Faltou a Luís Gustavo, seguro, e a Paulinho, irreconhecível, cobrirem esses espaços, uma vez que também subiam e não desciam.
O gol contra de Marcelo, que abriu o placar para a Croácia, só não abriu caminho para um segundo ainda no primeiro tempo pois David Luiz e Thiago Silva fizeram atuações magistrais, jogando por eles e pelos laterais ausentes.
Faltou a Luís Gustavo, seguro, e a Paulinho, irreconhecível, cobrirem esses espaços, uma vez que também subiam e não desciam.
O gol contra de Marcelo, que abriu o placar para a Croácia, só não abriu caminho para um segundo ainda no primeiro tempo pois David Luiz e Thiago Silva fizeram atuações magistrais, jogando por eles e pelos laterais ausentes.
O PERIGOSO TRIO CROATA
Esgarçado na marcação, o Brasil ficou a mercê do trio Rakitic, recém vendido ao Barcelona, Modric e Kovacic, todos os três com qualidade para passes e lançamentos em profundidade, muito competentes na tarefa de distribuir e cadenciar o jogo croata. Os três, aliás, são dignos representantes da escola iuguslava de futebol, que ofereceu nos anos 90 os talentos sérvios de Stankovic e do nosso Petkovic, ótimos armadores, e que parece refletir na qualidade da Croácia.
Entretanto, o trio não teve a companhia de Pranjic, lateral esquerdo que defende e apoia com a mesma eficiência, e do centroavante Mandzukic, suspenso, e que só estreará no segundo jogo. Faltaram os dois para que a equipe croata conseguisse prender a bola no ataque nos momentos de maior pressão do Brasil.
À Seleção, não faltaram disposição e boa vontade à dupla Neymar e Oscar em voltar para buscar o jogo e, assim, fugir da marcação eslava. Há um antídoto antigo e preciso para parar Neymar: empurrá-lo para a lateral do campo.
Sem espaço, seu jogo não flui. Scolari, vivido, encontrou uma alternativa ao fazê-lo recuar para conduzir a bola, aproveitando a sua conhecida inventividade. Foi com ela que, de frente para o gol, o Brasil arranjou o empate ainda no primeiro tempo, quando o jogo estava amarrado o suficiente para fazer imaginar que o tento só sairia na bola parada.
Sem espaço, seu jogo não flui. Scolari, vivido, encontrou uma alternativa ao fazê-lo recuar para conduzir a bola, aproveitando a sua conhecida inventividade. Foi com ela que, de frente para o gol, o Brasil arranjou o empate ainda no primeiro tempo, quando o jogo estava amarrado o suficiente para fazer imaginar que o tento só sairia na bola parada.
A atuação brasileira, como um todo, foi muito irregular. O pênalti marcado sobre Fred não foi um lance polêmico, pois simplesmente não aconteceu, tratou-se de uma marcação completamente equivocada e indiscutível.
O segundo gol de Neymar trouxe um pouco mais de confiança ao Brasil, que ainda assim deixou a desejar até o apito final. Não é novidade ver o Brasil jogar mal em estreias de Copas do Mundo.
Mas os corredores vazios de Daniel Alves e Marcelo, sem cobertura e dinâmica, são um problema tático grave o suficiente para fazer o torcedor mais atento desconfiar da sorte brasileira no prosseguimento da competição. Cada vez mais, jogos são ganhos por pontas e laterais. Ou acertamos a nossa marcação por ali, ou o título irá para outro país.
13 de junho de 2014
Lucas Alvares
O segundo gol de Neymar trouxe um pouco mais de confiança ao Brasil, que ainda assim deixou a desejar até o apito final. Não é novidade ver o Brasil jogar mal em estreias de Copas do Mundo.
Mas os corredores vazios de Daniel Alves e Marcelo, sem cobertura e dinâmica, são um problema tático grave o suficiente para fazer o torcedor mais atento desconfiar da sorte brasileira no prosseguimento da competição. Cada vez mais, jogos são ganhos por pontas e laterais. Ou acertamos a nossa marcação por ali, ou o título irá para outro país.
13 de junho de 2014
Lucas Alvares
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