Legislativo com ideologia de botequim e linguagem de ébrio habitual. Um exemplo é a famigerada “Lei da Palmada”, que chove no molhado, como tantas outras leis natimortas, pois têm mais embalagem do que conteúdo, não caracterizam e nem punem, tratam questões sérias com insegurança e navegam na polêmica, sempre tão eleitoreira.
Nosso judiciário ágil e vazio deve dar mesmo vazão aos denuncismos. Quem nunca deu corretivo no neto rebelde que largou a sua mão e saiu correndo para a rua se arriscando na frente dos carros? Eu e meus vizinhos continuaremos violando essa inespecífica letra morta, que perde sua força na insegurança jurídica.
A eficácia das sanções penais já previstas e nunca aplicadas e a estruturação do acompanhamento sonhado pela lei merecem muito mais atenção do que a polêmica emotiva e superficial entre o pastor emotivo e a subjetiva Xuxa…
LULA E XUXA
Lula e Xuxa têm algo em comum além das vogais. Ambos foram personagens com apelidos incorporados a seus nomes, utilizados na construção de um império de entretenimento. O oportunismo nas alianças e na exposição. A ascensão e a riqueza estonteante, a carreira e os vínculos internacionais, a campanha irônica na gangorra real brasileira entre violência e educação (não bata, eduque).
Há quem alegue que o programa “Xuxa no mundo da imaginação” foi retirado do ar devido ao seu discurso inconveniente. É evidente que Xuxa é uma personalidade muito mais constante, interessante e autêntica do que Lula, mas a paixão dos fãs e a questão central da imagem e do imaginário os identificam.
A audiência de ambos vem caindo, mas não há substitutos carismáticos à altura. As marcas do tempo abrandaram a paixão e a desilusão se abateu sobre os fãs do político agora “Luxuoso” e de linguagem “Xula”.
Na realidade infantilizante da cidadania cotidiana, carecemos mais de uma Cris Poli comportamental, de um Içami Tiba educacional e de uma Danny Pink em estética e jovialidade. É o retrato do país em seu diagnóstico de consumo.
13 de junho de 2014
Genilson Albuquerque Percinotto
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