A declaração que serve de título a este pequeno comentário não foi de um menino ou menina ainda criança. A declaração saiu dos lábios do mais famoso astro do futebol da atualidade, Neymar. Quem ouviu, se comoveu.
Para os que não viram, nem ouviram, conto aqui com foi. Terminada a partida de ontem, o repórter Fernando Fernandes da TV Bandeirantes entrevistou Neymar, ainda vestido com a camisa da seleção brasileira. Na tela, só os dois, o craque e o jornalista.
No final, a última pergunta a Neymar: “E esta camisa, de quem é?”. A resposta de Neymar foi imediata, dita com orgulho, naturalidade e extremado carinho:
“Esta camisa é da mamãe e a do próximo jogo do papai”.
AINDA RESTA ESPERANÇA
Senhores, nem tudo está perdido. Não vivemos mais o tempo em que os filhos tratavam os pais de “Papai“, “Mamãe“.
Ontem mesmo, na parte da manhã, sofri ao ver e ouvir uma filha de 17 anos, referindo-se a seu pai, dizer assim à dedicada mãe: “Olha aqui, vai até tua casa porque teu marido tá bêbado e vomitando“.
E os sofrimentos se acumulam, um dia sim, o outro também. São filhos que matam os pais e pais que matam os filhos. Mas eu não acreditava mais ouvir o que Neymar disse e, por isso chorei.
Chorei, porque era assim que tratava minha querida mãe e meu querido pai; porque é assim que ainda os trato, eis que nem passar de tantos anos, nem a saudade, nem a falta deles, me fazem deixar de chamá-los e invocá-los assim; porque partiu de um jovem, famoso e rico, que tem nos pais a expressão maior do amor; porque foi dito com naturalidade; porque foi dito, para o Brasil e para o Mundo, justamente no município da capital paulistana, cuja secretaria de educação aboliu o “Dia das Mães, o “Dia dos Pais”, como se as datas nada valessem, nada representassem; porque veio ao encontro do veemente artigo que o nosso nobilíssimo Francisco Bendl aqui escreveu para todos nós, dias atrás, em repúdio à decisão da prefeitura paulistana.
Se assistimos ontem, 12 de Junho, uma seleção brasileira muito longe do que foram as seleções que venceram cinco Copas do Mundo…se ouvimos xingamentos contra a pessoa de um Presidente da República que, por mais rejeitado e antipático que seja, não poderia ser alvo de palavrões… se testemunhamos um árbitro descontrolado e, quiçá, comprometido com o que seja, com o que for de sujo e imundo… ouvimos também Neymar dizer:
“ESTA CAMISA É DA MAMÃE E A DO PRÓXIMO JOGO É DO PAPAI”.
13 de junho de 2014
Jorge Béja
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