Se no Brasil o negócio da refinaria de Pasadena (EUA) gerou desgaste na imagem da Petrobras e suspeitas de irregularidades, do outro lado do Atlântico ajudou o belga Albert Frère a se firmar com o homem mais rico de seu país. Com fortuna estimada em US$ 4,9 bilhões (R$ 11,4 bilhões) segundo a revista “Forbes”, ele está bem acima dos outros dois bilionários de seu país: Patokh Chodiev (US$ 1,7 bilhão) e Albert Blokker (US$ 1,4 bilhão).
Com 88 anos, ele figurou no 295º lugar do ranking deste ano da revista americana, subindo 68 posições em relação ao levantamento de 2013. Segundo a publicação, Albert Frère recomprou do BNP Paribas no ano passado 30% do capital da Compagnie Nationale a Portefeuille (CNP) de meios de comunicação, serviços públicos e petróleo. Ele havia vendido a participação de seu império ao banco francês em 2011.
Sua fortuna começou a partir de um negócio de sucata da família. O pai de Frère morreu quando ele tinha apenas 17 anos. A partir daí, ele abandona os estudos para cuidar dos negócios. Homem de visão, Frère foi um dos artífices da megafusão entre a subsidiária CNP Suez e a Gaz de France, gerando a gigante GDF Suez, uma das maiores fornecedoras independentes de energia elétrica do mundo, informa a “Forbes”.
Com o título de barão desde 1994, Frère é conhecido por ser um negociante habilidoso. No caso da Petrobras, comprou — por meio da empresa Astra Oil — a refinaria de Pasadena por US$ 42,5 milhões em 2005 e recebeu, no total, US$ 1,18 bilhão na transação, iniciada em 2006 e concluída em 2012.
Casado e pai de três filhos, Frère, que gosta de diversificar negócios, é coproprietário, juntamente, com Bernard Arnault, da LVMH e da renomada vinícola Château Cheval Blanc, perto de Bordeaux.
HENRIQUE GOMES BATISTA (EMAIL)
O Globo
25 de março de 2014
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