"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 25 de março de 2014

PAULO FRANCIS E A PETROBRAS

Não era, por natureza e vontade, um jornalista investigativo. Sempre bem informado, culto e o mais inteligente em sua época, Paulo Francis morreu quando estava sendo processado nos Estados Unidos, morte quase súbita, após um período de depressão.
 
Ele vinha fazendo severas acusações ao pessoal da cúpula da Petrobras, que estaria enriquecendo por conta de negócios criminosos relativos à compra de equipamentos na área do petróleo.
 
Não sendo investigativo, não juntou provas, mas, de alguma forma, sabia de escândalos assombrosos naquela estatal.
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O processo corria na Justiça norte-americana, famosa por sua rigidez em casos de multa por infâmia e ofensas morais.
 
Todos sabíamos que Paulo Francis, apesar dos bons e merecidos salários que recebia, não teria recursos para pagar a astronômica indenização que eficientes advogados de Nova York, pagos pela Petrobras, haviam pedido por conta das suas acusações. Acabrunhado, sem cobertura na mídia, mal atendido por um médico brasileiro radicado nos Estados Unidos, o coração de Paulo não aguentou.
 
Março de 2014. Mal refeita do escândalo do mensalão, a sociedade toma conhecimento de um escândalo maior e mais imoral. Apesar de dona Dilma ocupar à época a Casa Civil e presidir o Conselho de Administração da Petrobras, tal como Lula no caso do mensalão, não sabia de nada. A refinaria de Pasadena comprada por preço absurdo --mais de oito vezes o seu valor no mercado-- deu para 
 
Nos anos 90, Paulo fez um comentário sobre o enriquecimento de alguns funcionários da nossa maior empresa estatal em um programa de televisão. Repito: Paulo não era investigativo, mas era inteligente e bem informado.
 
25 de março de 2014
Carlos Heitor Cony

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