O ministro Joaquim Barbosa, em recente entrevista, declarou, sem ambiguidades, que, durante o mandato do ex-presidente Lula, foi várias vezes convidado a acompanhá-lo em visitas a países da África.
Afirmou também ter recusado em todas as ocasiões, por saber não ser praxe um Ministro do STF acompanhar comitiva presidencial e também por perceber que, por trás dos oferecimentos, havia uma jogada de marketing político visando a mostrar ao mundo o quanto o Brasil é condescendente em relação ao fato de nomear negros para cargos importantes, fio condutor, aproveitado pelo entrevistador, para abordar a delicada questão do racismo.
Sobre este último aspecto, acrescentou Joaquim que esta chaga da sociedade brasileira está presente desde sempre, com intensidade praticamente inalterada, e que ainda demorará muito para que o país se livre dela.
Parabéns, Ministro!
É reconfortante verificar que uma autoridade carismática se disponha a dar opiniões sinceras, diretas e verdadeiras sobre situações em relação às quais são frequentes imensas enxugadas de gelo e fingidas dourações de pílulas.
Seria ótimo que nossas autoridades seguissem seu exemplo, deixassem um pouco de lado o temor dos chamados "preços políticos" de alguns posicionamentos sensíveis porém autênticos, e parassem de emitir opiniões sonsas, retóricas de embromação e excrescências oratórias sem conteúdo, ao tentar enfiar goela do povo abaixo visões absolutamente irreais e enganadoras.
25 de março de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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