"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 25 de março de 2014

DIRETOR DA PETROBRAS ACUSADO POR DILMA NEGOCIA COM A OPOSIÇÃO PARA DEPOR NO CONGRESSO


 
A oposição negocia com o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró sua ida ao Congresso Nacional para depor sobre a compra da refinaria de Pasadena (EUA). Os entendimentos ocorrem após Cerveró sinalizar estar disposto a dar a sua versão sobre o polêmico negócio de US$ 1,18 bilhão, investigado pelo Tribunal de Contas da União, Polícia Federal e Ministério Público por suspeita de ter causado prejuízo aos cofres da Petrobras.
 
A intenção da oposição é tentar aprovar a partir de amanhã, em diferentes comissões, requerimentos para que ele deponha na Câmara. Personagem-chave no polêmico negócio, Cerveró foi afastado da diretoria de Finanças da BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras, na semana passada, dias depois de a presidente Dilma Rousseff apontá-lo como responsável por um parecer "falho" que teria induzido o Conselho de Administração da Petrobras a aprovar o negócio, em 2006.
Segundo a Folha apurou com deputados, Cerveró sinalizou a interlocutores que está disposto a falar. Ele estava em férias na Europa quando foi demitido e deve voltar ao país no dia 5. A estratégia da oposição é apresentar requerimentos convidando o ex-diretor a depor nas comissões de Minas e Energia, Fiscalização e Controle, Finanças e Tributação e Relações Exteriores.
 
Paralelamente à ação da oposição, o governo deflagrou operação para barrar a tentativa de criação de uma CPI para investigar o caso. O Planalto teme que dissidências em sua base aliada reforcem a ação da oposição, hoje sem número suficiente para aprovar uma CPI. Desde a quinta, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) tem telefonado para os líderes das bancadas e para os presidentes de partidos governistas para evitar as chamadas "traições".
 
Após reunião na noite de ontem com Ideli, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse que o governo orientará ministros a dar esclarecimentos no Congresso. O objetivo é tentar esvaziar os argumentos pró-CPI. "Queremos que os ministros possam vir ao Congresso Nacional explicar, que a presidente da Petrobras [Graça Foster] possa também estar, essa transparência todos nós queremos e o governo vai dar", disse.
 
Liderada pelo pré-candidato à Presidência da República Aécio Neves (PSDB-MG), a oposição se reúne hoje para discutir a instalação da CPI. O pré-candidato do PSB, Eduardo Campos, defendeu a abertura da comissão caso o governo não preste os esclarecimentos devidos. São necessárias assinaturas de 171 deputados e 27 senadores para criar a CPI.
 
A ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR) subiu ontem à tribuna do Senado para acusar a oposição de ter intenções "eleitoreiras". "Essa insistência em se criar CPI está ligada ao processo eleitoral. Não me parece que tenha fato novo", afirmou. O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, afirmou que o órgão irá instaurar um processo disciplinar, de caráter punitivo, para apurar as responsabilidades na suposta omissão de informações ao conselho da Petrobras.
 
(Folha de São Paulo)
 
25 de março de 2014
in coroneLeaks

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