Na qualidade de filha de Luiz Carlos Prestes, e historiadora especializada em História do Brasil Republicano, quero externar minha indignação com as calúnias e inverdades veiculadas nas páginas 88 e 89 de Veja (26/3/2014) a respeito do meu pai, que jamais apoiou o Estado Novo, conforme se afirma na reportagem em questão.
Luiz Carlos Prestes, assim como os comunistas brasileiros, deu apoio a Getúlio Vargas na medida em que este, sob a pressão dos acontecimentos internacionais e do movimento antifascista no Brasil, posicionou-se contra os países do Eixo, contribuindo para a vitória das forças democráticas na 2ª Guerra Mundial.
Da mesma forma, Veja reproduz invencionices presentes no livro da viúva de Prestes, abdicando de uma investigação séria a respeito das afirmações infundadas veiculadas por essa senhora.
Assim, no dia 31 de março de 1964, meu pai não estava em São Paulo, mas no Rio de Janeiro, reunido com a Comissão Executiva Nacional do PCB, de onde seguiu para “aparelho” clandestino nesta última cidade. Fato este do qual sou testemunha, assim como outros militantes comunistas da época. Prestes partiu para o exílio somente em 1971, tendo permanecido clandestino no Rio de Janeiro durante sete anos após o golpe civil-militar de 01/04/64. Também, na referida reportagem, são repetidas declarações atribuídas ao meu pai, que na realidade inexistiram e foram falsificadas por seus detratores.
25 de março de 2014
Anita Leocádia Prestes
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