"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 24 de março de 2014

"RUBRICÁ É RUBRICÁ E EU RUBRIQUEI".

A frase que a candidata recitou em 2010 pode ser repetida pela supergerente que aprovou o melhor negócio da história da Bélgica:
‘Rubricá é rubricá e eu rubriquei’

Para conter o incêndio em seu começo, o programa de governo da coligação que apoiava Dilma Rousseff na campanha de 2010 ─ produzido por redatores do PT sem consulta aos parceiros ─ foi retirado para reparos urgentes horas depois de entregue ao Tribunal Superior Eleitoral.

Os líderes do PMDB descobriram que o documento incluíra tópicos que  consideravam intragáveis, como a taxação das grandes fortunas, a concessão a invasores de terras dos benefícios previstos no programa de reforma agrária ou a redução para 40 horas da jornada de trabalho.

O sumiço das espertezas no segundo texto enviado ao TSE contornou a crise. Mas não removeu a desconfiança provocada pela rubrica que Dilma desenhou em todas as páginas do programa original.

Fez isso porque estava de acordo com os trechos suprimidos, certo? Errado, jurou a afilhada de Lula em 9 de julho de 2010.
Segue-se a explicação sem correções:

“Pegaram, fizeram toda a documentação e me enviaram, e falaram:
‘Tá tudo pronto conforme o acertado, e é para rubricá todas as páginas’.
Não assinei documento nenhum, porque não tem documento a ser assinado, eu rubriquei páginas. Não olhei porque achei que era aquele programa. Não achei que iam colocá um outro programa, o de fevereiro. Foi um erro. Os erros como qualquer erro humano são bem banais, não são arquitetados”.
Fez uma pausa e liquidou o assunto com nove palavras em dilmês castiço: “Me pediram rubrica. Rubricá é rubricá e eu rubriquei”.

Foi mais ou menos isso o que fez a presidente do Conselho de Administração da Petrobras na reunião que aprovou a compra, por US$ 360 milhões, de metade da refinaria no Texas que meses antes custara (inteira) US$ 42,5 milhões a uma empresa belga.

Segundo a vassalagem acampada no Planalto, Dilma examina minuciosamente até a lista dos atendidos pela mulher do cafezinho. Em 2006, sem sequer folhear o contrato, autorizou a transação que abriu um buraco de US$ 1,18 bilhão no caixa da Petrobras. Foi o melhor negócio da história da Bélgica.

24 de março de 2014
Augusto Nunes, Veja

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