A frase que a candidata recitou em 2010 pode ser repetida pela supergerente que aprovou o melhor negócio da história da Bélgica:
‘Rubricá é rubricá e eu rubriquei’
‘Rubricá é rubricá e eu rubriquei’
Para conter o incêndio em seu começo, o programa de governo da coligação que apoiava Dilma Rousseff na campanha de 2010 ─ produzido por redatores do PT sem consulta aos parceiros ─ foi retirado para reparos urgentes horas depois de entregue ao Tribunal Superior Eleitoral.
Os líderes do PMDB descobriram que o documento incluíra tópicos que consideravam intragáveis, como a taxação das grandes fortunas, a concessão a invasores de terras dos benefícios previstos no programa de reforma agrária ou a redução para 40 horas da jornada de trabalho.
O sumiço das espertezas no segundo texto enviado ao TSE contornou a crise. Mas não removeu a desconfiança provocada pela rubrica que Dilma desenhou em todas as páginas do programa original.
Fez isso porque estava de acordo com os trechos suprimidos, certo? Errado, jurou a afilhada de Lula em 9 de julho de 2010.
Segue-se a explicação sem correções:
“Pegaram, fizeram toda a documentação e me enviaram, e falaram:
‘Tá tudo pronto conforme o acertado, e é para rubricá todas as páginas’.
Não assinei documento nenhum, porque não tem documento a ser assinado, eu rubriquei páginas. Não olhei porque achei que era aquele programa. Não achei que iam colocá um outro programa, o de fevereiro. Foi um erro. Os erros como qualquer erro humano são bem banais, não são arquitetados”.
Fez uma pausa e liquidou o assunto com nove palavras em dilmês castiço: “Me pediram rubrica. Rubricá é rubricá e eu rubriquei”.
Foi mais ou menos isso o que fez a presidente do Conselho de Administração da Petrobras na reunião que aprovou a compra, por US$ 360 milhões, de metade da refinaria no Texas que meses antes custara (inteira) US$ 42,5 milhões a uma empresa belga.
Segundo a vassalagem acampada no Planalto, Dilma examina minuciosamente até a lista dos atendidos pela mulher do cafezinho. Em 2006, sem sequer folhear o contrato, autorizou a transação que abriu um buraco de US$ 1,18 bilhão no caixa da Petrobras. Foi o melhor negócio da história da Bélgica.
24 de março de 2014
Augusto Nunes, Veja
Os líderes do PMDB descobriram que o documento incluíra tópicos que consideravam intragáveis, como a taxação das grandes fortunas, a concessão a invasores de terras dos benefícios previstos no programa de reforma agrária ou a redução para 40 horas da jornada de trabalho.
O sumiço das espertezas no segundo texto enviado ao TSE contornou a crise. Mas não removeu a desconfiança provocada pela rubrica que Dilma desenhou em todas as páginas do programa original.
Fez isso porque estava de acordo com os trechos suprimidos, certo? Errado, jurou a afilhada de Lula em 9 de julho de 2010.
Segue-se a explicação sem correções:
“Pegaram, fizeram toda a documentação e me enviaram, e falaram:
‘Tá tudo pronto conforme o acertado, e é para rubricá todas as páginas’.
Não assinei documento nenhum, porque não tem documento a ser assinado, eu rubriquei páginas. Não olhei porque achei que era aquele programa. Não achei que iam colocá um outro programa, o de fevereiro. Foi um erro. Os erros como qualquer erro humano são bem banais, não são arquitetados”.
Fez uma pausa e liquidou o assunto com nove palavras em dilmês castiço: “Me pediram rubrica. Rubricá é rubricá e eu rubriquei”.
Foi mais ou menos isso o que fez a presidente do Conselho de Administração da Petrobras na reunião que aprovou a compra, por US$ 360 milhões, de metade da refinaria no Texas que meses antes custara (inteira) US$ 42,5 milhões a uma empresa belga.
Segundo a vassalagem acampada no Planalto, Dilma examina minuciosamente até a lista dos atendidos pela mulher do cafezinho. Em 2006, sem sequer folhear o contrato, autorizou a transação que abriu um buraco de US$ 1,18 bilhão no caixa da Petrobras. Foi o melhor negócio da história da Bélgica.
24 de março de 2014
Augusto Nunes, Veja
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