Primeiro encontro do Banco Central dos EUA sob nova direção não dissipou dúvidas quanto ao ritmo de mudança da política econômica do país
O primeiro encontro do banco central americano sob nova direção deixou inalterado e, portanto, ainda incerto o ritmo da mudança da política econômica dos Estados Unidos. O resultado da reunião inaugural do Fed sob a presidência de Janet Yellen não esclareceu quando serão elevadas as taxas de juros de curto prazo.
Desde o final do ano passado, o Fed passou a reduzir a quantidade de dinheiro despejada na economia a fim de amainar a crise que teve início em 2008. Até o final deste ano, tal política de estímulos terá fim. Alguns meses depois, o órgão voltará a elevar as taxas de juros de curto prazo, próximas de zero desde o final de 2008.
Em um aparente deslize, Janet Yellen teria dado a entender que os juros voltariam a subir um pouco mais cedo do que se prevê, talvez uma antecipação de um trimestre.
Avaliações posteriores da reunião de estreia de Yellen, porém, convergiram apenas para o consenso de que as taxas subirão em algum momento de 2015, sem que o Fed tenha explicitado os critérios que desencadearão tal mudança.
O programado fim dos estímulos e a subsequente alta de juros indicariam que a economia americana está no caminho da normalização, de crescimento maior e mais regular, em torno de 3% ao ano.
Por um lado, essa recuperação contribuirá para a estabilização da atividade econômica mundial. Por outro, tais mudanças causarão turbulências, que a princípio vão criar dificuldades para países com desequilíbrios econômicos, tais como os ditos emergentes --o Brasil inclusive.
A alta da taxa nos EUA vai induzir uma elevação de juros na economia mundial e, assim, encarecer os financiamentos dos quais dependem países com deficit externos relevantes. Foi por esse motivo que o início da normalização americana provocou desvalorizações da moeda e de outros ativos de países tidos como frágeis.
Depois de um início de ano tumultuado, os emergentes vivem semanas de calmaria. Crises, ou o mero temor de crises, como na Ucrânia e na China, além de uma desaceleração temporária nos Estados Unidos, levaram investidores a fugir de ativos de risco, o que costuma reduzir as taxas de juros americanas de longo prazo.
Caso sejam atenuados os riscos e se verifique que a parada americana deveu-se apenas aos efeitos de um inverno ruim, os juros de longo prazo voltarão a subir, sinal de aperto no mercado financeiro mundial. Ou seja, enquanto durar esse momento de ajuste nos EUA e as incertezas sobre seu ritmo, a volatilidade será recorrente.
A julgar pelas atitudes recentes do Fed, tal período de transtornos deve durar pelo menos até meados de 2015.
Desde o final do ano passado, o Fed passou a reduzir a quantidade de dinheiro despejada na economia a fim de amainar a crise que teve início em 2008. Até o final deste ano, tal política de estímulos terá fim. Alguns meses depois, o órgão voltará a elevar as taxas de juros de curto prazo, próximas de zero desde o final de 2008.
Em um aparente deslize, Janet Yellen teria dado a entender que os juros voltariam a subir um pouco mais cedo do que se prevê, talvez uma antecipação de um trimestre.
Avaliações posteriores da reunião de estreia de Yellen, porém, convergiram apenas para o consenso de que as taxas subirão em algum momento de 2015, sem que o Fed tenha explicitado os critérios que desencadearão tal mudança.
O programado fim dos estímulos e a subsequente alta de juros indicariam que a economia americana está no caminho da normalização, de crescimento maior e mais regular, em torno de 3% ao ano.
Por um lado, essa recuperação contribuirá para a estabilização da atividade econômica mundial. Por outro, tais mudanças causarão turbulências, que a princípio vão criar dificuldades para países com desequilíbrios econômicos, tais como os ditos emergentes --o Brasil inclusive.
A alta da taxa nos EUA vai induzir uma elevação de juros na economia mundial e, assim, encarecer os financiamentos dos quais dependem países com deficit externos relevantes. Foi por esse motivo que o início da normalização americana provocou desvalorizações da moeda e de outros ativos de países tidos como frágeis.
Depois de um início de ano tumultuado, os emergentes vivem semanas de calmaria. Crises, ou o mero temor de crises, como na Ucrânia e na China, além de uma desaceleração temporária nos Estados Unidos, levaram investidores a fugir de ativos de risco, o que costuma reduzir as taxas de juros americanas de longo prazo.
Caso sejam atenuados os riscos e se verifique que a parada americana deveu-se apenas aos efeitos de um inverno ruim, os juros de longo prazo voltarão a subir, sinal de aperto no mercado financeiro mundial. Ou seja, enquanto durar esse momento de ajuste nos EUA e as incertezas sobre seu ritmo, a volatilidade será recorrente.
A julgar pelas atitudes recentes do Fed, tal período de transtornos deve durar pelo menos até meados de 2015.
24 de março de 2014
Editorial Folha de SP
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