Insatisfação de grupo de delegados que quer a corporação fora do Mundial reforça os entraves à segurança do torneio
Confronto entre policiais e manifestantes: governo teme protestos violentos na Copa do Mundo e ainda patina no planejamento de ações preventivas |
A quatro meses da Copa, com o governo dependendo do Congresso para aprovar leis mais duras contra protestos violentos e atraso na construção dos Centros Integrados de Comando e Controle (CICCs), conforme mostrou o Correio na edição de ontem, a segurança no Mundial tem outra pendência: a insatisfação de delegados da Polícia Federal (PF). Eles se reunirão em abril, em Vila Velha (ES), para discutir o assunto.
Um grupo conseguiu incluir entre os temas do encontro a proposição de que a PF não atue em grandes eventos, alegando desvio da função investigativa.
A falta de uma divisão clara de tarefas com o Exército é outro ponto que acirra ainda mais a disputa interna travada pelos dois órgãos por mais verbas.
Presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio Ribeiro confirmou que o assunto está na pauta da reunião. Ele disse, porém, não acreditar na vitória, que tem de ser chancelada por pelo menos 65% dos delegados, da proposta que prevê uma Copa sem a PF.
“Em geral, a maior parte da associação acredita que a PF deve participar dos grandes eventos, mas há debate sobre como deve se dar essa participação”, afirma Leôncio.
“Hoje, há vários delegados atuando na segurança das delegações das seleções. Uma corrente concorda, outra acha que o delegado não deveria ir para a rua, mas sim fazer a coordenação. Isso será debatido e todas as deliberações serão apresentadas ao diretor-geral (da PF), ao Ministério da Justiça, à presidente da República ou em forma de um projeto de lei ao Congresso Nacional, dependendo de cada assunto.”
17 de fevereiro de 2014
Renata Mariz - Correio Braziliense
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