"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

FERNANDO HADDAD VIRA LÍDER DOS ROLEZINHOS EM SÃO PAULO

 

Haddad: agora é ele o líder dos rolezinhos em São Paulo
Haddad: agora é ele o líder dos rolezinhos em São Paulo
 
Ai, ai… A pesquisa Datafolha já revelou o que os paulistanos pensam dos rolezinhos, e os mais críticos são justamente os mais pobres. Nem a hipótese do racismo, na qual o PT investiu, se confirmou. Assim como essa coisa toda começou, iria esmorecer.
 
Mas aí apareceu o prefeito Fernando Haddad no meio do caminho. Escolheu o pagodeiro Netinho de Paula, seu secretário da Igualdade Racial, para negociar com “rolezeiros”, como se fosse possível estabelecer uma representação formal em casos assim.
 
Depois de uma reunião com a molecada e com representantes de shoppings, ficou acordado que os rolezinhos poderão ser feitos nos… estacionamentos. É mesmo, é? Em quais? Haverá carros no local? Os rolezeiros se espalharão entre os automóveis? Mais: isso vale também para as garagens subterrâneas, sem janelas nem outra área de escape para as ruas?
 
Assim, a Prefeitura de São Paulo decidiu dar sobrevida a uma prática que estava em declínio e que conta com a na antipatia da esmagadora maioria dos paulistanos. Tudo porque o prefeito Haddad não resistiu à tentação de se comportar como um populista vulgar. Aliás, mais de uma vez eu já apontei as características que fazem dele um Janio Quadros de esquerda. E, como se costume, Haddad tenta ser popular enfurecendo o povo. Um gênio!
 
Quanto tempo vai durar essa solução que não resolve nada? Se o estacionamento de um determinado shopping passar a ser palco de rolezinhos permanentes, das duas uma: ou se impede a entrada dos carros — e, pois, se espantam clientes — ou se expõem os donos dos automóveis ao risco do prejuízo. E eles desaparecerão do meu jeito. Em qualquer dos casos, lojistas e consumidores estarão sendo punidos.
 
É nisso que dá emprestar uma visão política, ideológica, ao que não passava de uma manifestação mais ou menos irresponsável de quem só queria se divertir, optando por uma prática obviamente incompatível com o lugar escolhido.
 
O prefeito Fernando Haddad está fazendo um esforço danado para que os rolezinhos sejam mais uma das heranças malditas que ele pretende deixar em São Paulo. O pagodeiro Netinho já conversou com supostos líderes de rolezeiros da Zona Norte. Nesta sexta, é o dia dos da Zona Sul.
 
Depois virão os da Zona Leste, que concentra as regiões mais pobres da cidade. É lá que os rolezinhos tem o menor apoio da população: apenas 8% segundo o Datafolha.
 
23 de janeiro de 2014
Reinaldo Azevedo

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