“Somos apenas bons amigos”, diziam os astros e estrelas de Hollywood, no século passado, aos jornalistas que lhes perguntavam se faziam os rumores sobre seu envolvimento em algum caso amoroso. O desmentido era uma confirmação em código, sabiam declarantes, jornalistas e leitores. Tanto era que caiu em desuso.
Artista de pornochanchada policial, Rosemary Noronha certamente leu a frase em incontáveis reportagens de revistas de fofocas. E nela se inspirou para produzir a versão jeca publicada na edição de VEJA que começou a circular neste sábado.
Amparado não em rumores, mas em certezas decorrentes de copiosas provas colhidas pela Polícia Federal, o repórter Adriano Ceolin quis saber, durante a primeira entrevista concedida por Rose depois do escândalo descoberto há um ano, o exato calibre da ligação mantida com o ex-presidente Lula. "Minha relação com ele é de amizade, fidelidade, e totalmente profissional”, caprichou. “As nossas famílias se conhecem desde que as crianças eram pequenas”.
Quando e como conheceu o ex-presidente?, foi a previsível pergunta seguinte. Em vez de recordar, com a serenidade de quem não tem culpa no cartório, as origens de tão bonita amizade, Rose sucumbiu ao chilique revelador.
Irritada, deu a conversa por encerrada, pediu ao jornalista que desconsiderasse as declarações anteriores e voltou para o esconderijo. Só faltava isso para que as dúvidas restantes, se é que ainda existiam, fossem sumariamente revogadas.
É tudo verdade.
10 de novembro de 2013
Augusto Nunes
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