Lamentavelmente estamos nos encaminhando nessa direção. Os componentes que a propiciam estão presentes e aumentando.
São realizadas no âmbito das elites, mas necessitam contar com pelo menos o concordo das Forças Armadas e com expressiva insatisfação popular.
Para haver uma revolução de classe média, como a de 64, é indispensável também alguma insatisfação popular e é por demais evidente a insatisfação com a corrupção dos congressistas, com a inércia do Judiciário e com a sequência das greves e das depredações.
Mais do que a insatisfação é necessário uma irredutível divergência dessa classe com o Governo e, mais ainda, o envolvimento das Forças Armadas, pois a classe “B” tem pouca disposição para lutar e sempre desejará que alguém lute por ela e somente se levantará sentindo-se ameaçada, inclusive de invasão de suas casas.
Isto está iniciando, menos por motivos políticos, mais por conta da (in)Segurança Pública. Não nos estenderemos sobre as classes baixas (C e D) por essas, no momento, não terem motivações para uma revolução. Talvez encontrem algum motivo para se opor a mesma. Contudo, em grande parte, considerariam desejáveis um pouco mais de ordem e a punição severa da corrupção.
INSATISFAÇÕES
Qualquer analista concordará que está em formação uma massa crítica de insatisfações e que o caminho é perigoso. Que, embora a insatisfação tenha motivos reais, é insuflada também pelo estrangeiro, ou melhor, pela oligarquia financeira internacional.
Como a insatisfação tende a crescer, pode chegar a uma massa explosiva e se conseguir o envolvimento ou ao menos a neutralidade das Forças Armadas o caminho da revolução estará aberto.
Mesmo havendo uma massa crítica, ela só explode com um evento acionador.
A “espoleta” de nova revolução será a reação dos produtores rurais ao absurdo das invasões dos movimentos indigenistas, aos desmandos ambientalistas e aos esbulhos dos truculentos movimentos dos sem terra. Privados de apoio no Judiciário os fazendeiros já criam as suas milícias. Aí temos divergências irredutíveis e forças reativas, prontas para iniciarem o conflito. Em 64 a espoleta foi o governo da Minas. As Forças Armadas, descontentes, simplesmente aderiram.
E agora, as Forças Armadas, como se portarão?
– Ainda é uma incógnita. Excepcionalmente espezinhadas no governo FHC e menosprezadas no governo Lula, foram aos poucos levantando as restrições no atual governo, quando começaram a ser ligeiramente mais bem tratadas.
Entretanto, as imbecilidades da Comissão da Verdade e da Ministra dos Direitos Humanos impedem a adesão emocional à comandante suprema.
A tradição das Forças Armadas é de legalidade, tradição herdada de Caxias. O rompimento da legalidade em 64 foi algo excepcional, algo pedido por toda a população.
Já a Proclamação da República foi o resultado de uma conspiração espúria quase restrita a insatisfação militar, naturalmente insuflada pela insatisfação da elite de então – os fazendeiros que perderam seus escravos.
O povo da Capital manteve-se neutro, ou bestificado, como se falou então. No interior a República foi imposta a manu militari.
Haverá uma nova revolução? Que característica terá? A quem servirá? Será insuflada do exterior? O que Caxias diria?
Certamente o mesmo que disse aos farroupilhas: Unamo-nos e marchemos ombro a ombro e não peito a peito, em defesa da Pátria que é a nossa mãe comum.
Que Deus abençoe o nosso País.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nosso colaborador Gelio Fregapani é coronel da reserva e tem informações internas. Realmente, há insatisfação nos quartéis. Há alguns dias, numa Convenção em Brasília, dois oficiais-generais da ativa fizeram duras críticas ao governo. O jornalista que ouviu seus pronunciamentos perguntou se podia publicar as críticas e eles disseram que sim. Isso tem um significado. Todo cuidado é pouco. (C.N.)
12 de novembro de 2013
Gelio Fregapani
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