É uma estratégia avaliada como correta, neste momento, na medida em que o PSDB se esforça para fazer o país acreditar no nome do senador mineiro como alternativa real de desestabilização da candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição.
Nos últimos dias, Aécio se viu obrigado a responder ao ex-governador José Serra, que disparara críticas ao que chamou de equivocadas e confusas manifestações de lideranças do PSDB, que insistem em oferecer, como plataforma, críticas desatualizadas ao governo petista.
Serra se referia ao tom dado pelo partido na avaliação do malsucedido leilão de Libra, cujos resultados econômicos reforçaram o improviso da Petrobras no seu patrocínio e a desconfiança de investidores internos e externos em eventual participação no certame.
Para tal, ousou dizer que o PSDB se mostra incapaz de adotar um discurso para confrontar-se com o PT. Aécio respondeu, no Amazonas, onde se encontrava, dizendo que cada um colabora como lhe é dado fazer. Ele, Aécio, estava no norte do Brasil levando as razões de sua candidatura para discuti-las com as bases do partido.
Já Serra se encontrava no conforto, em São Paulo, falando para uma resumida plateia de seus admiradores. A contenda não teria maior importância se não revelasse a distância em que se acham expressivas lideranças do maior partido de oposição ao governo e que aspira ser uma opção de alternância de poder e desconstrução do mando quase hegemônico do PT.
PIMENTA DA VEIGA
Em Minas, a decisão de Aécio também teve importância. Isso porque o lançamento da candidatura do ex-prefeito e ex-ministro Pimenta da Veiga ao governo do Estado fora recebido como uma manobra aecista para ocupar o lugar pretendido por inquietos pré-candidatos, há tempos trabalhando pelo fortalecimento e aceitação de suas postulações.
Exemplos são o próprio vice-governador Alberto Pinto Coelho, o deputado federal Marcus Pestana e o deputado estadual Dinis Pinheiro, colocados no corredor de onde, sem consultas, foram compelidos a saldar o desfile do preferido Pimenta da Veiga à vaga antes exaustivamente trabalhada por eles.
Desconfiava-se que o lançamento de Pimenta, naquele momento e com tanta surpresa, fosse uma forma de Aécio manter aberta a porta para sua própria candidatura ao governo de Minas, se sentisse o favoritismo da candidatura do opositor, o ex-prefeito Fernando Pimentel no confronto com Pimenta da Veiga.
Nesse conjunto de incertezas, a maior delas é a pouca disposição do governador Antonio Anastasia em postular a única vaga de senador na bancada mineira nas próximas eleições. Anastasia terá dificuldades em não se candidatar, tal é o apelo para que o faça, embora ainda resista publicamente à ideia. Seu nome ilustraria a representação de Minas no Senado, hoje claramente prejudicada pela sua atual e difusa composição.
O calendário é curto e avançam as discussões. A equação está em acomodar pretensões num cenário refém do projeto nacional do PSDB, hoje liderado pelo senador Aécio Neves. O que podemos esperar?
12 de novembro de 2013
Luiz Tito
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