Após a aprovação na noite de anteontem de mais dois partidos políticos no Brasil, a ex-senadora Marina Silva intensificou suas conversas com ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que devem decidir sobre a oficialização da Rede Sustentabilidade na próxima semana. Marina já havia se reunido com Dias Toffoli na terça-feira. Ontem visitou Laurita Vaz, que é a relatora do processo da Rede no tribunal.
Hoje e amanhã, tem encontros marcados com Marco Aurélio Mello, João Otávio de Noronha e Luciana Lóssio. Nas audiências, a ex-senadora tem apresentado espécie de memorial da Rede, documento com cerca de 100 páginas que relata o processo de criação e de coleta de assinaturas da sigla. A lei diz que um partido político precisa reunir 492 mil fichas de apoio certificadas por cartórios eleitorais para ser oficializado. A Rede conseguiu 440 mil, mas tenta convencer o TSE a considerar válidos cerca de 95 mil fichas que foram rejeitadas sem justificativa pelos cartórios.
Para que Marina possa concorrer pela Rede ao Planalto em 2014, o registro precisa ser feito até 5 de outubro. Ontem, aliados da ex-senadora cobraram "isonomia" dos ministros do TSE em relação às duas siglas criadas --o PROS e o Solidariedade. Para o deputado federal Domingos Dutra (PT-MA), da Executiva da Rede, o TSE ficará em "maus lençóis" caso rejeite o pedido de registro.
As duas siglas, no entanto, apresentaram as assinaturas exigidas. Na mesma sessão, 3 dos 7 ministros sinalizaram anteontem que não aceitarão certidões genéricas de apoio entregues pelos cartórios, o que prejudica Marina. Para Torquato Jardim, advogado da Rede, no entanto, a "questão central" --validação das 95 mil assinaturas-- "permanece em aberto".
Na reta final, a Rede recorreu também aos artistas Marcos Palmeira e Adriana Calcanhotto, que publicaram vídeos dizendo que a Justiça Eleitoral não pode negar o registro da sigla por falhas em sua própria estrutura. Amanhã está prevista a gravação com o ator Wagner Moura. Fernando Meirelles criticou no Twitter o alto índice de rejeição de fichas no ABC paulista. "Quero crer que não foi organizado. mas é uma pena, porque a gente sabe que os outros partidos aprovados são de negociação", afirmou.
(Folha de São Paulo)
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