Sem dúvida, a decisão da 1ª turma do Supremo Tribunal Federal, estabelecendo a condição de réu no processo de corrupção envolvendo o Senador Aécio Neves e o empresário Joesley Batista, vai refletir diretamente na candidatura de Geraldo Alckmin em Minas Gerais. Importante o fato, porque o estado de Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do país. O ex-governador de São Paulo revelou à Globonews que tem como se desvincular do episódio na medida em que o PSDB afastou Aécio Neves da presidência da legenda. Ele relutou em sair, mas acabou saindo, porque sua posição tornou-se insustentável.
Como alguém pede um empréstimo de 2 milhões de reais e, ao invés de escolher o caminho do depósito bancário, prefere usar intermediários para receber o dinheiro?
Forte apelo – Os casos de corrupção têm forte apelo popular. Tanto assim que pesquisa do Datafolha publicada ontem na Folha de São Paulo, reportagem de Felipe Bachtold, revelou que 84% do eleitorado defendem a continuação da operação Lava Jato, embora apenas 57% achem que ela vai diminuir no país.De qualquer forma, como é lógico, a corrupção é amplamente impopular e, portanto, será um dos temas dominantes da campanha eleitoral deste ano.
O senador Aécio Neves ficou muito mal na foto, não há quem possa negar este aspecto, e com isso arrasta para baixo a legenda do PSDB, principalmente, é claro, em Minas Gerais. Como poderá o PSDB sentir-se confortável a lutar pelos votos nas urnas se o ex-candidato a presidente da República, um ex-governador de Minas atualmente senador pôde participar de um diálogo do tipo em que a gravação do controlador da JBS projeta. E a gravação foi exibida na semana passada pela Rede Globo e ontem na Globonews.
Foi um abalo muito grande. Tanto assim que Geraldo Alckmin disse ao repórter Gerson Camarotti que vai argumentar ter tomado a iniciativa de substituir Aécio Neves na presidência do PSDB. Coisas da política.
CAIU A FICHA – O governador Geraldo Alckmin caiu em si ao sentir a repercussão da decisão do STF contra um de seus principais correligionário e logo tomou uma posição que se pode classificar como totalmente contrária ao ex-candidato à presidência da República. Com isso o panorama da estrada para as urnas de outubro assume nova característica e passa a exigir uma nova leitura interpretativa.
Com a queda de Alckmin, inevitável, a quem os tucanos poderão recorrer na busca de votos? Eis aí uma incógnita que nem o comando dos tucanos consegue hoje responder.
22 de abril de 2018
Pedro do Coutto
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