Reportagem de Gustavo Patu, Folha de São Paulo desta segunda-feira, revela que a dívida interna brasileira continua a crescer, aumentando sua percentagem em relação no Produto Interno Bruto. O governo Michel Temer não vem conseguindo deter sua aceleração, pois ela, segundo o Tesouro Nacional alcançou em julho, 73% do Produto Interno Bruto do país. Entretanto, segundo o Fundo Monetário Internacional; ela atingiu 81% do PIB.
O Produto Interno Bruto Brasileiro – é pena que Gustavo Patu não tenha apresentado o valor – situa-se entre 5,8 trilhões e 6 trilhões de reais. Sendo, assim podemos fazer dois cálculos. Sob a ótica do governo brasileiro 73% do PIB representam algo em torno de 3,8 trilhões de reais. Segundo o FMI, a dívida passa um pouco a casa dos 4 trilhões.
E VAI SUBINDO… – O FMI acredita que em 2020 o endividamento alcance 84% do PIB. Em 2022, vai a 87,8%. Isso porque o processo de endividamento é progressivo, uma vez que sem recursos para pagar os juros anuais (Selic) de 9,25% , o Banco Central vê-se na contingência de colocar quantidade maior de NTNs para cobrir a rolagem dos juros.
Eis aí um exemplo da importância do jornalismo, seja ele através de jornais impressos , como O Globo, a Folha, o Estadão e o Valor, para citar os quatros principais, seja também por intermédio da mídia eletrônica. A importância do jornalismo está destacada na revista Época que se encontra nas bancas, em texto assinado por João Gabriel de Lima.
O jornalismo, digo eu, é uma ponte entre o processo político econômico e a opinião pública do país. Síntese da democracia, o jornalismo é, sobretudo, um meio de produção. Sua aventura é levar à consciência coletiva o que, sem ele, ficaria vivendo e se movimentando nas sobras do poder.
PREVIDÊNCIA ESTADUAL – Por falar em importância do jornalismo, vemos que os estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Goiás, matéria de Maria Watanabe, Valor, de 21, estão implantando programas de Previdência Complementar para o funcionalismo público, uma vez que a Previdência do INSS limita as aposentadorias a 5.500 reais por mês e o projeto de emenda constitucional do governo que se encontra no Congresso fixa esse teto para todos os servidores públicos.
O Rio de Janeiro já adotou sistema de Previdência Complementar há cerca de alguns anos. Resta saber se o governador Luiz Fernando Pezão está recolhendo em dia a parcela que cabe ao Estado do RJ. Isso porque somente neste mês de agosto, segundo o Palácio Guanabara efetuou os vencimentos do funcionalismo que se encontravam em atraso. Mesmo assim Pezão continua devendo (incrível) o pagamento do 13º salário de 2016.
Se não fosse a imprensa, nada teria sido resolvido. É a oportunidade para o governador do Rio de Janeiro responder a questão. E, no plano federal, a oportunidade de Henrique Meirelles precisa opinar publicamente sobre a dívida interna do país. Ele jamais toca no assunto, com a profundidade necessária.
23 de agosto de 2017
Pedro do Coutto
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