"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 2 de abril de 2017

PRIVILÉGIOS DE CABRAL E ADRIANA ANCELMO NA PRISÃO SÃO UMA OFENSA À CIDADANIA

A prova Manuscrito atesta entrada de ceia de Natal para mulher de Cabral
Este é o registro da entrada da Ceia de Natal
Impressionante a reportagem de Eliane Lobato na IstoÉ deste fim de semana, que deveria ter sido a matéria de capa, desculpem dar pitaco na revista dos outros. 
Foi inaceitável saber que Adriana Ancelmo é a única detenta do Estado que tem um quarto só para si e que o marido Sérgio Cabral dorme na biblioteca do presídio, para desfrutar do ar refrigerado. 

A matéria mostra que a ex-primeira-dama foi agraciada por uma ceia de Natal (peru assado, farofa com fios de ovos e arroz com passas) pelo próprio Secretário de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), Cel. Erir Ribeiro Costa Filho, ex-Comandante-Geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro na gestão de Cabral (2006-2014). E a IstoÉ teve até acesso ao registro de entrada da ceia natalina – reproduzida como ilustração da reportagem.
A servidora Rita de Cássia Alves Antunes, diretora da unidade feminina de Bangu, já mandou comprar pizza para Adriana Ancelmo, vejam a que ponto chega o privilégio do casal. Como retribuição a essas mordomias, a diretora Rita Antunes, a subdiretora Adriana Verissimo, a chefe de segurança Maria Aparecida e a auxiliar de Segurança Bianca Achur, todas de Bangu 8, ganharam convites para assistir de camarote ao desfile deste ano na Sapucaí, por cortesia do deputado Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ), filho do ex-governador.
CÂMERAS DESLIGADAS – Para que Cabral não seja flagrado indo dormir na biblioteca, as câmeras de segurança foram desligadas.  E as normas internas da penitenciária tiveram de ser alteradas para possibilitar as mordomias do casal na cantina.
O favorecimento não ocorre somente em Bangu 8, mas também na Justiça. A reportagem de Eliane Lobato mostra que outra detenta, em situação semelhante e que requereu prisão domiciliar, teve sua liminar indeferida. Chama-se Leide Diana Lopes Conde, também está em prisão temporária e é igualmente mãe de dois filhos – de 3 e 8 anos. Ela recorreu à mesma justificativa da privação do convívio materno, imposta às crianças. Mas o Código Penal que funcionou para a ex-primeira-dama não valeu para Leide.
OS FILHOS ESTÃO FORA – O pior de tudo isso é que os dois filhos de Adriana Ancelmo, de 14 e 11 anos, nem estavam no apartamento dela no Leblon. A partir de novembro, quando os pais foram presos, eles passaram a morar com o meio-irmão Marco Antonio Cabral, de 25 anos, que é deputado federal. Desde pequenos, os dois foram acostumados a não viver com os país, que estavam sempre ocupados ou viajando. Os meninos ficavam com a governanta e os 15 empregados.
Portanto, as decisões do juiz federal Marcelo Bretas e da ministra Maria Thereza Moura, do STJ, tiveram como base uma falsa premissa, pois a mãe não faz a menor falta aos filhos, que nem podem morar como ela, devidos aos protestos que são realizados diante do prédio.
É certo que a ministra não irá se retratar e a questão terá de ser votada pelos ministros da Sexta Turma do STJ, à qual ela pertence. Tudo indica que Adriana Ancelmo, na forma e no espírito da lei, terá de voltar à sua suíte em Bangu 8.
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PS – Há informações – já publicadas pela grande imprensa – de que Cabral e Adriana querem fazer delação para entregar as ramificações da quadrilha no Judiciário e no Ministério Público do Estado do Rio, atingindo até o Superior Tribunal de Justiça. E isso realmente poderá (ou deverá) explicar muita coisa. (C.N.)

02 de abril de 2017
Carlos Newton

2 comentários:

  1. Eu gostaria de fazer a seguinte pergunta. Qual o poder no Brasil no qual nós podemos confiar? Pelos fatos que têm ocorridos não temos como confiar em nenhum deles. Essa liberdade da esposa do Sérgio Cabral por um ministra é uma vergonha para o Judiciário brasileiro. Quem deveria zelar pelas leis são os primeiros a descumpri-las. Sinceramente como está, não vejo uma luz no fim do túnel para o Brasil.

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  2. Se o filósofo grego Diógenes estivesse fivo, ele também estaria com uma laterna procurando alguma instituição confiável.
    O que nos aflige é exatamente saber que os tempos atuais dessa república chamada Brasil, está corrompida. Quando lemos que 20 dos 27 TC apresentam indícios de corrupção, não há como acreditar que podemos encontrar o caminho da retidão, ainda que a Lava Jato, com todas as imprecações que vem sofrendo, continue revelando os crimes que assolam o país. Com a grande mídia e os eleitores manipulados por notícias tendenciosas, fica realmente difícil enxergar a luz no fim do túnel.

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