Um dos ângulos contidos na pesquisa que o Ibope realizou para a Confederação Nacional da Indústria sobre a aprovação e reprovação do governo Michel Temer junto à população refere-se ao fato de o resultado assinalar uma tendência. A Folha de São Paulo, edição de sábado focalizou o tema. Chama atenção o fato de em setembro de 2016 a reprovação ao governo ter sido de 39 pontos, passando a 46 em dezembro e agora ter atingido 55%. Isso de um lado. De outro, os que achavam o governo regular eram 35 em dezembro e hoje são 31%. Enquanto isso diminuiu de 13% para 10% a faixa da opinião pública que considera o desempenho do Executivo como bom e ótimo.
Portanto, o levantamento assinala uma tendência geral que reflete a insatisfação popular. E o registro das tendências é um ângulo extremamente importante das pesquisas. Isso porque serve de aviso para que os rumos políticos sejam alterados, uma vez que a sociedade está reagindo desfavoravelmente ao desempenho do governo.
MUDANÇA DE RUMO – Nesse cenário inclui-se um aviso importante para o Palácio do Planalto: o de que há necessidade de alteração de rumo e apresentação de projetos capazes de ir ao encontro das reivindicações populares.
O desemprego, por exemplo, alcança índices assustadores e tal fenômeno contribui fortemente para tornar a imagem negativa do governo. A reforma previdenciária torna-se, sem dúvida num grande fator de desgaste governamental. Mais até do que a reforma trabalhista. Portanto, quando a reforma previdenciária passar à discussão aberta no Congresso, o Governo sentirá o reflexo negativo envolvendo sua ação. Afinal, qual a pessoa que pode ser favorável a uma redução de direitos, sem discutir o mérito final da iniciativa?
SEGUIRÁ EM QUEDA – Diante de um panorama de perda e popularidade a presidência da República, através da pesquisa do IBOPE, recebeu um aviso. Se não alterar seu desempenho no plano social, continuará a perder pontos junto à opinião pública.
O aspecto mais importante nas pesquisas de opinião é exatamente o registro das tendências. Algumas apontam para cima, outras apontam para baixo. Quando isso ocorre, há necessidade de mudança de rumos.
02 de abril de 2017
Pedro do Coutto
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