Pesquisa do Ibope divulgada ontem pela Rede Globo e pela Globo News trouxe à tona o fato de o presidente da República não ter sido assimilado pela opinião pública no início de seu governo. Tal fato pode acrescentar mais uma dificuldade a aprovação, pelo Congresso, de seu projeto de reforma constitucional da Previdência. O Ibope destacou que 10% consideram o governo na escala de bom e ótimo. Muito pouco, pois 55% o classificam entre ruim e péssimo, 31% o consideram apenas regular, uma forma de não aceitar nem rejeitar sua atuação. 4% não souberam ou quiseram opinar.
Importante em pesquisas deste tipo são as afirmações de ponta. Tenho um critério de dividir o maior pelo menor e a partir daí identificar o índice positivo ou negativo. Uma outra pergunta a pesquisa destaca que 79% não confiam no presidente Michel Temer.
PREVIDÊNCIA – Esses resultados certamente vão influir para que surja mais um obstáculo ao projeto de reforma da Previdência. Isso porque o tema só pode acrescentar mais reações contrárias de parte da opinião pública, Sobretudo porque a pesquisa do Ibope foi divulgada conjuntamente com informação do IBGE que apontou o crescimento do número de desempregados de 13,2 milhões para 13,5 milhões de pessoas, o que evidentemente só pode contribuir para abalar a credibilidade do governo.
A reforma da Previdência encontra assim mais um obstáculo a sua aprovação, valendo lembrar que terá que alcançar 2/3 dos senadores e deputados federais. Não será tarefa fácil, devendo lembrar que as reações contrárias, como a passeata de sexta-feira na Avenida Paulista vão crescer ainda mais quando a matéria se aproximar de sua votação.
ANO ELEITORAL – O ano de 2018 é um ano eleitoral em que os deputados e 1/3 dos senadores terão que ir as urnas para renovar seus mandatos. Este aspecto dificulta o voto a descoberto a favor de uma reforma que torna mais difícil a obtenção da aposentadoria por parte dos servidores federais e dos trabalhadores e trabalhadoras de modo geral.
O presidente Michel Temer tem pouco tempo pela frente para se reabilitar da confiança do povo do país. Reformas como a da Previdência exigem apoio maciço por parte da opinião pública. Afinal de contas, a massa de trabalhadores, mão dee obra efetiva do país é de 102 milhões de pessoas, das quais 13,5 milhões estão fora do mercado de trabalho.
02 de abril de 2017
Pedro do Coutto
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