"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

QUEM PUNIRÁ LULA PELOS CRIMES SIMBÓLICOS QUE COMETEU?



A Guerra de todos contra todos assume tons apocalipticos no Brasil desgovernado pelo crime institucionalizado. Até então praticamente intocável, o Judiciário começa a sentir os efeitos do processo de depuração e da exigência de um comportamento republicano que já vinha forçando mudanças e aplicando punições nos poderes Executivo e Legislativo. O momento exige uma profunda autocrítica dos poderos de plantão. Quem não fizer e mudar vai dançar.
Continua bruto - sem tendência de trégua - o jogo de combate à corrupção. Desdobramentos da Lava Jato podem provocar, em breve, punições inéditas no âmbito do poder Militar - que jamais pode ser desmoralizado ideologicamente, como vem sendo, pelo bando do Foro de São Paulo. O Almirante Othon Luiz Pinheiro, em prisão domiciliar, é alvo de mais uma operação oriunda da Lava Jato. O ex-presidente da Eletronuclear voltará para a hospedagem forçada em Bangu 8. O ex-membro do Alto Comando da Marinha tem risco de condenação pela 7a Vara Federal no Rio de Janeiro.
O conselho útil de ligar o "desconfiômetro" vale, principalmente, para Luiz Inácio Lula da Silva. O homem que chegou a ser apontado pela propaganda de marketagem como um dos "Presidentes mais populares da História do Brasil" (superando ou se igualando a Getúlio Vargas e Juscelino Kubitscheh), Lula deveria fazer um autoexame de consciência para compreender por que se tornou uma das figuras mais impopulares da Nação.
Lula cometeu e foi conivente com crimes simbólicos, hediondos e imperdoáveis para um chefe de Estado eleito pelo voto direto popular: mentiu, estuprou a moral, violentou a ética pública, assassinou os sonhos e quase matou as esperanças da maioria dos brasileiros que agora promovem a Revolução Brasileira nas redes sociais e nas ruas. As ações e omissões de Lula contra o Brasil e os brasileiros são imperdoáveis.
Em atos de lesa-pátria, Lula foi o principal agente consciente da maior sabotagem promovida de fora para dentro contra a soberania, a política e a economia do Brasil. Por tudo de errado que fez, Lula não tem o direito a cometer a cara de pau de escalar advogados pagos a peso de ouro (de onde vem o dinheiro?) para tentar desmoralizar a Operação Lava Jato e seus desdobramentos.
Lula não tem moral para pedir que o juiz Sérgio Fernando Moro reconheça sua suspeição para julgá-lo. Lula não dispõe mais de legitimidade política para colocar em dúvida a imparcialidade de Moro. O cínico comportamento de $talinácio só agrada seus fanáticos seguidores. A maioria dos cidadãos conscientes não quer mais saber daquele que o tórrido humor do País da Olim-piada reduziu, simbolicamente, à figura do "Pixuleco" - um bonequinho de plástico com a roupinha de presidiário número 13-171.
Os advogados Roberto Teixeira, Cristiano Zanin Martins e José Roberto Batochio - que defendem Lula - querem matar o Brasil de rir. Só pode ser piada eles escreverem que Lula “não teme ser investigado nem julgado por qualquer juiz: quer justiça e um julgamento imparcial, simplesmente”. Mais engraçado ainda (para as branquinhas do Lula) é insistirem com a tese de que atuam “em defesa do Estado Democrático de Direito e dos valores a ele inerentes, como o direito ao juiz natural e imparcial e à presunção de inocência”.
Dificilmente, o juiz titular da 13a Vara Federal em Curitiba vai se considerar impedido de julgar Lula. Certamente, a manobra protelatória dos defensores de Lula vai parar no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A tendência é que os desembargadores federais não mexam com Sérgio Moro. Assim, a reclamação deverá seguir para o Conselho Nacional de Justiça e terminar no Supremo Tribunal Federal - onde a maioria dos ministros foi nomeada pela dupla Lula da Silva e Dilma Rousseff. Atualmente, não há condições jurídicas, políticas e muito menos morais para que o STF tome uma decisão contra Moro, para salvar Lula. Os 11 deuses do Supremo sabem que o Brasil vem abaixo se isso ocorrer.

O Judiciário está na berlinda. O desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, foi moral e eticamente obrigado a se declarar suspeito para atuar nos casos que envolvem o ex-diretor da Delta Fernando Cavendish. O membro do TRF-2 aceitou pedido feito pela procuradora regional da República, Monica Campos de Ré, que alegou laços de amizade entre o magistrado e o advogado Técio Lins e Silva - um dos defensores de Cavendish. O Tribunal decidirá, no próximo dia 13, se mantém ou reforma a decisão de Athié em manter a prisão domiciliar dos envolvidos na recente Operação Saqueador.

Tudo que acontece agora é resultado direto dos princípios de livre divulgação de informações processuais e da transparência adotada como procedimento-padrão pela Força Tarefa desde o começo da Operação Lava Jato. Trata-se de um exemplo inédito - até no dito "mundo civilizado". A sociedade brasileira passou a conhecer como não funcionam direito os poderes republicanos. As mudanças ocorrerão a partir de um amplo debate sobre o certo e o errado, o justo e o injusto, o moral e o imoral. O embate, em busca de democracia nunca achada por aqui, deve transformar o Brasil em um País muito melhor para as próximas gerações.

A cidadania consciente, em processo de construção para atingir hegemonia, é que vai punir Lula e outros mais ou menos votados pelos crimes simbólicos que cometeram contra o Brasil.



07 de julho de 2016
Jorge Serrão


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