(Foto: Nadia Raupp Meucci) |
Contando não se acredita. O Partido dos Trabalhadores, esse mesmo cujo governo proporcionou os maiores escândalos da vida republicana, com dois tesoureiros presos e algumas de suas maiores lideranças encarceradas ou sob investigação, está muito impressionado com os desvios éticos do governo Temer. A angústia petista em preservar o bom nome das instituições brasileiras levou o partido a formalizar uma série de denúncias à Comissão de Ética da Presidência.
Assim, por exemplo, o ex-ministro José Eduardo Cardozo denunciou o atual Advogado -Geral da União, Medina Osório, por haver aberto uma sindicância contra ele, Cardozo, devido à sua atuação nitidamente partidária e de legalidade duvidosa na defesa da presidente Dilma Rousseff durante os atos iniciais de seu impeachment. O deputado petista Afonso Florence denunciou como antiético o fato de deputados e senadores que votaram a favor da tramitação do processo contra a presidente Dilma haverem assumido ministérios do governo imediatamente após seu afastamento. Essa lista envolve uma dúzia de ministros cuja conduta, ao assumirem posições no governo, feriu a sensibilidade moral do seu acusador.
A bancada petista, por sua vez, questiona a Comissão de Ética da Presidência a respeito do ministro José Serra. O PT considera reprovável o fato de o novo ministro haver instruído as representações do Brasil no exterior a tratarem do tema impeachment com base em crime de responsabilidade, sem falarem em “golpe”… Para a “ética” petista, o fato de sua presidente haver trombeteado ao mundo que estava sendo vítima de um golpe, atingindo, com isso, o Tribunal de Contas da União, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, não envolve deslize ético. Tampouco vê o PT crime de traição no fato de Dilma haver solicitado a organismos internacionais sanções contra o Brasil e, por decorrência, contra o povo brasileiro. Ao mesmo tempo, os rufiões do Tesouro Nacional, das estatais e dos fundos de pensão, consideram gravíssimo afirmar que sua “presidenta” foi afastada por crime de responsabilidade, em conformidade com a Constituição.
Assim, por exemplo, o ex-ministro José Eduardo Cardozo denunciou o atual Advogado -Geral da União, Medina Osório, por haver aberto uma sindicância contra ele, Cardozo, devido à sua atuação nitidamente partidária e de legalidade duvidosa na defesa da presidente Dilma Rousseff durante os atos iniciais de seu impeachment. O deputado petista Afonso Florence denunciou como antiético o fato de deputados e senadores que votaram a favor da tramitação do processo contra a presidente Dilma haverem assumido ministérios do governo imediatamente após seu afastamento. Essa lista envolve uma dúzia de ministros cuja conduta, ao assumirem posições no governo, feriu a sensibilidade moral do seu acusador.
A bancada petista, por sua vez, questiona a Comissão de Ética da Presidência a respeito do ministro José Serra. O PT considera reprovável o fato de o novo ministro haver instruído as representações do Brasil no exterior a tratarem do tema impeachment com base em crime de responsabilidade, sem falarem em “golpe”… Para a “ética” petista, o fato de sua presidente haver trombeteado ao mundo que estava sendo vítima de um golpe, atingindo, com isso, o Tribunal de Contas da União, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, não envolve deslize ético. Tampouco vê o PT crime de traição no fato de Dilma haver solicitado a organismos internacionais sanções contra o Brasil e, por decorrência, contra o povo brasileiro. Ao mesmo tempo, os rufiões do Tesouro Nacional, das estatais e dos fundos de pensão, consideram gravíssimo afirmar que sua “presidenta” foi afastada por crime de responsabilidade, em conformidade com a Constituição.
11 de julho de 2016
Percival Puggina é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de “Crônicas contra o totalitarismo”; “Cuba, a Tragédia da Utopia”, “Pombas e Gaviões” e “A Tomada do Brasil – Pelos maus brasileiro”. Integrante do grupo Pensar+ e membro da Academia Rio-Grandense de Letras.
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