"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

AFINAL, QUANDO A LAVA JATO COMEÇARÁ A INVESTIGAR O PODER JUDICIÁRIO?


É inacreditável que o poder mais corrupto do país, o Judiciário, ainda não tenha sido alvo da Operação Lava-Jato, que desvendou o esquema de corrupção na Petrobras. As investigações atingiram em cheio o Executivo e o Legislativo, levando dezenas de pessoas para a prisão. Mas, até agora, não vimos nenhum integrante da Justiça ir para atrás das grades.
A incredulidade cresce diante da decisão do ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de determinar a soltura do bicheiro Carlinhos Cachoeira e de Fernando Cavendish, ex-dono da construtora Delta, presos na Operação Saqueador.
A medida se estende aos demais acusados, o ex-diretor da Delta Cláudio Abreu e os empresários Adir Assad e Marcelo Abreu.
PRENDE E SOLTA – No início da semana, a defesa de Cachoeira já havia conseguido revogar a prisão no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). O desembargador Ivan Athié converteu a prisão preventiva dos acusados em prisão domiciliar. Mas a decisão foi revogada pelo desembargador Paulo Espírito Santo depois que Athié se declarou suspeito para atuar no caso.
Como a Justiça pode dar o exemplo agindo dessa forma? As provas sobre os crimes cometidos pela quadrilha comandada por Cachoeira e Cavendish são contundentes. Liberar esses bandidos, acusados de surrupiarem os cofres públicos, é um escárnio às pessoas de bem.
Não é possível que, diante de tudo o que vimos nos últimos dois anos, desde que a Operação Lava-Jato saiu às ruas, um poder que deveria dar exemplo acabe estimulando os crimes contra o patrimônio público.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O excelente jornalista Vicente Nunes toca no ponto central da questão brasileira. Enquanto não for moralizada a Justiça, o país continuará a viver nesta esculhambação institucional que o caracteriza. A Justiça tem de ser rápida e eficiente. Isso só depende dos magistrados, mas a imensa maioria trabalha devagar, quase parando, e o país segue no mesmo ritmo. É lamentável. (C.N.)
11 de julho de 2016
Vicente Nunes
Correio Braziliense

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