"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 26 de abril de 2016

LULA VOLTA AO PLANALTO E MANDA MOVIMENTOS SOCIAIS ATACAREM TEMER


Lula só viaja em jatinhos de empresários generosos
Pela primeira vez desde que teve sua nomeação suspensa para a Casa Civil, há 41 dias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva retornou nesta segunda-feira (26/4), ao Palácio do Planalto. Foi ao gabinete da presidente Dilma Rousseff, no terceiro andar, e conversou com ela e com ministros do PT sobre estratégias para enfrentar o processo de impeachment no Senado. Depois, todos foram jantar a sete quilômetros dali, no Palácio da Alvorada.
Para Lula, Dilma deve denunciar o “golpe” em todos os seus discursos. A ordem é para que o PT e os movimentos sociais não deem trégua ao vice-presidente Michel Temer (PMDB). O ex-presidente vai conversar nesta terça-feira, 26, com senadores do PT, a fim de traçar o roteiro da ofensiva. Ele também terá um encontro, nos próximos dias, com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
AFASTAMENTO DE DILMA
Apesar de manterem o discurso oficial de que é possível virar o jogo do impeachment, parlamentares do PT e de partidos da base aliada do governo dão como certa a aprovação do afastamento de Dilma na primeira votação, no plenário do Senado, prevista para o dia 15 de maio. Se este cenário for confirmado, a presidente será obrigada a se afastar por até 180 dias.
Dilma já admite, nos bastidores, a possibilidade de defender a proposta que prevê a convocação de eleições presidenciais para encurtar em dois anos o seu mandato, mas ainda avalia o melhor momento de assumir a estratégia. Ministros próximos a Dilma, no entanto, afirmam que isso já é “fato consumado” porque ela não terá governabilidade com o País dividido, mesmo se não sofrer impeachment no julgamento final do Senado.
Pelo cronograma traçado em gabinetes do Planalto, o envio da proposta de emenda constitucional (PEC) ao Congresso, sugerindo eleições presidenciais em outubro – mês das disputas pelas Prefeituras -, ocorreria justamente no período do provável afastamento de Dilma. A PEC precisa ser votada em dois turnos em cada Casa do Congresso e só é aprovada se obtiver três quintos dos votos dos deputados (308) e dos senadores (49).
CHANCE REMOTA
Na avaliação de Lula, se a presidente for mesmo afastada, a chance de ela retornar ao Planalto é remota. Mesmo assim, a estratégia consiste em infernizar a vida de Temer durante o provável “exílio” de Dilma, para expor as “fragilidades” do peemedebista e montar uma espécie de “governo paralelo”, em oposição ao novo ocupante do Planalto.
“Se Temer assumir, ele não dura três meses no cargo porque não aceitaremos isso. Haverá protestos em todo o País”, insistiu o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), enquanto o ex-ministro Eliseu Padilha (PMDB), aliado de Temer, fazia ironias: “Nós não imaginamos que o PT queira exercitar a sua capacidade de fazer oposição fora da luta política convencional”.

26 de abril de 2016
Deu no Correio Braziliense

Nenhum comentário:

Postar um comentário